Filho trans de governador ocupa cargo público e levanta polêmica sobre nepotismo

Redação Lado A 20 de Agosto, 2019 11h15m

Aos 24 anos, o cozinheiro Erick Marques Witzel, filho do governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, foi nomeado para um cargo público. O rapaz que é transexual irá assessorar a Coordenadoria de Diversidade Sexual (Ceds Rio), da Prefeitura do Rio de Janeiro.

Se por um lado a presença de um transexual em um setor de diversidade é importante, por outro, o assunto virou polêmica. Apesar de muitos internautas LGBT+ considerarem um avanço, alguns ponderam para a ilegalidade do processo. Erick Witzel é filho do governador, assim, ser nomeado para um cargo público levantou insinuações sobre nepotismo.

Em contrapartida, Nélio Georgini, chefe da Ceds Rio, disse que não há nenhuma ilegalidade na contratação de Erick. De acordo com o responsável pela contratação, a Súmula 13 do Supremo Tribunal Federal (STF), que faz parte da legislação sobre nepotismo, não condena a posse de Erick. Georgini esclareceu que o cozinheiro foi escolhido graças ao seu ativismo pela comunidade LGBT+. Além disso, Georgini afirmou que fez a contratação por conta própria, provando a autonomia da pasta. O chefe disse ainda que não consultou o prefeito e nem o pai de Erick, o governador Wilson Witzel. Georgini contou também que Erick já teria recebido proposta de trabalho como assessor de deputados, mas recusou o cargo. Mas o que o chefe da Ceds Rio não considerou é que a contratação pode configurar nepotismo cruzado. Isso acontece quando um agente público nomeia pessoa ligada a outro agente público. Tal ação é condenada pela Controladoria-Geral da União (CGU).

Privilégios

Segundo informações da Ceds Rio, não haverá privilégios para Erick Witzel. Ele receberá a média salarial de todos que exercem a mesma função, que é de R$ 1.695,56 mensais para cumprir uma jornada de 40 horas semanais. Para Erick, a chance de trabalhar para a comunidade LGBT+ é uma forma de desenvolver novos projetos. Essas iniciativas teriam foco em pessoas transexuais. Sobre as críticas, Erick disse que pretende superá-las e “atender às expectativas”.

 

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