A volta dos dark rooms traz necessidade de falar em sexo seguro

Redação Lado A 28 de Outubro, 2019 14h50m

COMPARTILHAR

TAGS


Nos últimos meses, em Curitiba, festas com apelo sexual tem virado tendência. Seja em clubes, saunas ou locais inusitados, a proposta é criar um ambiente permissivo e sigiloso. Para tanto, celulares são recolhidos ou colocados em saquinhos. Com ou sem open bar, lá pelas tantas da madrugada as pessoas começam a passar pela sala escura, que fica lotada até as luzes serem acendidas no final da festa.

Neste final de semana, estreou a festa Satyricon, da Bwayne, que promete ser trimestral. Com um “túnel do amor” no segundo andar, a festa misturou o fetiche do conto clássico romano com a temática sádica moderna e muito couro. No romance de Petrônio, do séc I, Encólpio, seu amante Ascilto e o servo Gitão, formam um triângulo amoroso cheio de aventuras sexuais. Festas como a Covil e Wild também exploram o tema.

Apesar de todas as festas terem preservativos e gel lubrificante fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio do programa HSH Jovem da Assessoria de Políticas da Diversidade Sexual de Curitiba, além de material educativo, é preciso falar mais no assunto. 20 mil pessoas vivem com o HIV em Curitiba: 60% destes são homens bi ou homossexuais.

É preciso falar mais em outros meios de prevenção como a PreP e a PeP e jamais abrir mão do preservativo. Inclusive no sexo oral casual em que não é possível fazer contato visual. Outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como a sífilis e o HPV, tem aumentado pois as pessoas estão se descuidando e reforçam a necessidade de preocupação. A ingestão de álcool em excesso traz o perigo de não se tomar decisões assertivas em relação ao sexo seguro. Ainda, muitos estão em iniciação sexual e não tem a malícia necessária para lidar com as consequências de atos impulsivos.

Curitiba conta com o COA e Ecoa, dois serviços que atendem a população LGBTI+ para testagem rápida para o HIV e outras ISTs e tratamento. O Coa atende das 8 às 17h e o Ecoa faz o contraturno até as 22 horas. São serviços de excelência. Todas as 111 unidades de saúde do município também fazem a testagem do HIV e distribuem material de prevenção.

Com os avanços do tratamento, sabe-se hoje que é possível barrar a transmissão do HIV seja tomando a medicação preventiva diariamente (PreP) para quem não tem o vírus ou se tratando (TARV – Terapia Antirretroviral) e baixando a carga viral até níveis indetectáveis (I=I Indetectável = Intransmissível). Já a PeP age como um tratamento de emergência para caso a pessoa tenha passado por uma situação de risco, como esquecer de usar a camisinha. Um tratamento de 28 dias, iniciado até 72 horas após o coito sem proteção, pode evitar a transmissão do HIV.

Agora que você já sabe um pouco mais sobre o HIV, faça o teste, use camisinha, e tome decisões mais conscientes.

Centro de Orientação e Aconselhamento (COA)
R. do Rosário, 144, Centro – 6° andar
(41) 3321-2781
De segunda a Sexta, das 8 às 17h (Chegar até 16h)

e-COA
R. Brig. Franco, 1300, Batel
(41) 3321-2606
De terça à Sexta, das 17 às 22h (Chegar até 21h)

 

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

COMPARTILHAR

TAGS


COMENTÁRIOS