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As travestis e trans de Curitiba que se prostituem na região do Rebouças estão enfrentando mais uma vez críticas por seus comportamentos na região. Uma longa matéria da Tribuna foi publicada hoje, acusando “os travestis” de nudez e “poses obscenas”, e ainda de desvalorizar a região, sujarem as calçadas com urinas e lixo, gritaria, entre outros problemas. As reclamações vem de longe e são verdadeiras, a ponto de as associações e militantes trans darem razão aos reclamantes. Há porém alguns poréns (quem assina esta parte é o editor), tanto na matéria quanto nas reclamações:
1 – Chamam de “o” travesti, e acusam de nudez dos seios… decidam-se, homens podem mostrar o peito. Moralismo machista.
2 – Há 10 anos as travestis foram removidas da Piquiri, há 20 anos da Iguaçu…. pelos mesmos motivos
3 – Não há banheiros de noite… Esta questão poderia ser solucionada facilmente.
4 – Aumentem o policiamento e combate à algazarra que elas se comportam melhor…
5 – A matéria foi feita há 3 semanas (sabíamos e aguardávamos), na semana mais quente do ano, com o frio desta semana, parece mesmo que elas ficam assim o ano inteiro.
6 – As militantes poderiam cobrar do estado a dignidade negada às travestis e trans ao invés de fechar os olhos para o problema social e esperar que em um país como o nosso as pessoas se comportem civilmente, especialmente na marginalidade.
7 – A matéria reforça as travestis como perigosas, citando diversas ameaças.
8 – O rapaz, supostamente jornalista, do vídeo “flagrante” não é identificado e faz um péssimo trabalho ao fazer o despistamento.
9 – As travestis das fotos estão de biquini, às vezes de topless. Estamos há algumas semanas do Carnaval… que moralismo é esse? Será que vamos acusar de “atentado violento ao pudor” as passistas do samba?
10 – A matéria cita câmeras ao vivo na internet colocadas por moradores mas não passaram os links. Queremos todos assistir o BBB Trans!
RESUMINDO: É um problema social que deve ser visto de outra ótica. Travestis e transexuais não estão apenas no limiar da sociedade mas vivem muitas vezes no limite da sanidade em razão da carga emocional e pressão que sofrem diariamente. Elas sobrevivem e almejam mais, só não lhes é oferecido outro caminho. É preciso mais amor e menos dedos apontando.
Allan Johan
Confira a matéria polêmica da Tribuna aqui.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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