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Escravagina: Atriz transexual curitibana em momento de exposição e redenção

Redação Lado A 10 de Novembro, 2014 17h13m

Fomos conferir de perto o espetáculo Escravagina, em cartaz no mini auditório do Teatro Guaíra. Apesar da venda como polêmica e freak show é uma obra bem humorada, cheias de críticas e um texto ótimo. Maitê Schneider, no personagem dela mesma, segura a atenção e faz revelações. As referências contemporâneas também trazem o espectador a se identificar, mas o mais interessante é explorar esse mundo diferente e cheio de tabus. 

Escravagina estreou nesta sexta feira, depois de conseguir mais de R$26 mil em crowdfunding, o monólogo teatral do diretor Cesar Almeida, estrelando Maitê Schneider. A atriz transexual conhecida se masturba em cena e fala de preconceito, política, homofobia, desejos, repressão, sacanagem e muitas verdades, às vezes em tom de humor. Se você não se chocar o suficiente, Maitê ainda leiloa no palco um convite para ver de perto sua “neo” vagina, conseguida depois de uma vida de luta e 14 cirurgias, muitas delas corretivas.

O espetáculo é aberto, onde tudo é permitido. Como criticar as regras da sociedade impondo mais regras, é esta a lógica do trabalho do diretor que encontrou em Maitê sua musa perfeita. Transgressão é o caminho utilizado. Chocar para tocar. Tocar para chocar. E todas as reações são bem vindas.

O espetáculo flui bem graças ao talento da artista sozinha em cena que mostra até dotes para o stand up comedy. Pessoas sensíveis podem se chocar, mas não espere que você que não se considera sensível não se choque também. Rir de si mesmo e do outro, sem julgar mas não deixando o protesto de lado. Em um dos momentos, homofóbico notórios são alvos de uma série de críticas e xingamentos, condenados.  É um teatro em extinção, subversivo e não comercial, raramente compreendido, necessário e incômodo, tudo junto.

No fim, depois de despejar na plateia seus medos, arrependimentos, neuras e opiniões, da atriz e do diretor, Maitê tem seu momento de redenção. O espetáculo intimista e altamente participativo com o público mistura estilos e linguagens para dizer uma coisa só: somos todos iguais e o que está no meio das nossas pernas não nos define.

Escravagina
Quando: 
até 30 de novembro, de sexta a domingo, sempre às 20h.
Onde: Mini auditório do Teatro Guaíra (R. XV de Novembro, 971 – Entrada pelo lado oposto)
Quanto: R$20 a inteira e pode ser comprado na bilheteria do teatro.

Classificação: 18 anos
Info: (41) 3304-7900

 

 

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa


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