Era terça-feira de carnaval, 2h da manhã, e Rogério (nome fictício), 34, pedia um táxi por um app próximo à Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro, logo após sair da folia no Bloco Bunytos de Corpo. Acompanhado de um homem, ambos pegaram o táxi, só não sabiam que aquela corrida seria desagradável para os dois. Vítimas de homofobia, denunciaram o taxista no programa Rio Sem Homofobia e no aplicativo 99Táxis, de onde haviam feito o pedido. Em decisão modelo e rápida, a equipe do app excluiu o taxista da lista de prestadores de serviço.
O passageiro conta que seu acompanhante estava com muito sono, então decidiu dormir no percurso e encostar no seu ombro. Ao abraçá-lo, Rogério percebeu que o taxista parou o carro, virou para trás e disse: “Eu não concordo com esse tipo de perversão no meu carro. Eu gostaria que vocês se retirassem”. Depois de argumentar e não obter respostas positivas, os dois homens desceram do veículo e solicitaram outro pelo mesmo app, onde não tiveram nenhum problema.
O empresário de 34 anos decidiu fazer as denúncias por acreditar que a impunidade não deve ser regra no país. “Não queria que o taxista ficasse impune. A certeza da impunidade no país está tão grande que as pessoas estão cheias de si. Por mais que a gente tente preservar a nossa imagem, a gente tem que fazer algum barulho, a gente não pode se omitir”, revela.
Em nota de retratação, a empresa 99Táxis afirmou repudiar qualquer forma de preconceito e ser a favor do respeito e do carinho ao próximo. O taxista não faz mais parte dos prestadores de serviço do aplicativo.