Um homem que arrisca a vida todos os dias em busca da mudança em uma religião intolerante. O imã Ludovic-Mohamed Zahed nasceu na Tunísia em uma família muçulmana que segue à risca os preceitos da sua religião. Ao se descobrir homossexual, enfrentou diversas dúvidas internas sobre quem ele era e a crença em dogmas que afirmavam que ele seria uma pessoa doente. Em 2011, com a aceitação da mãe, casou-se com seu companheiro e, em 2012, fundou em Paris, na França, uma mesquita inclusiva para LGBTs.
Foram dez anos trabalhando o julgamento e a tolerância da família para que fosse aceito por conta da sua homossexualidade. Estudioso do islamismo, Zahed afirma que a religião é, historicamente, mais tolerante com a diversidade sexual do que as de matrizes cristãs, mas que, no último século, com o fundamentalismo islâmico, isso está se invertendo. Segundo sua interpretação do Alcorão, a passagem sobre Sodoma e Gamorra fala sobre a violência sexual, como o estupro, e não sobre a homossexualidade em si. Ao compreender sobre a história da religião, muitas portas inclusivas se abriram para o imã.
Convites de Berlim, na Alemanha, surgiram para que Zahed ajudasse a comunidade muçulmana do país. Segundo a Associação de Gays e Lésbicas da Alemanha, muitas pessoas são obrigadas a viver uma vida dupla por causa da intolerância. Por conta do seu trabalho na Europa, Zahed recebe, com frequência, ameaças através das redes sociais.
Assim, o fundador da mesquita inclusiva de Paris conta que o sonho da sua vida é poder propagar essa mensagem de respeito, amor e aceitação, mesmo que esteja arriscando sua vida e desafiando os extremistas.