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Setembro é o mês da Visibilidade Bissexual

Redação Lado A 19 de Setembro, 2016 19h42m

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Setembro é o mês “amarelo” de combate e conscientização ao suicídio, mas é também o mês da Visibilidade Sexual. Além de trazer representatividade e conscientização, uma das tarefas é lutar contra a infinidade de asneira que o senso comum espalha através de falas como: “Bissexual não existe”, “Todo mundo é bi”, “Bissexual corre o dobro de chances de ter DST”, “Ah, mas você gosta mais de um do que de outro, né?”, “Quando você tá namorando alguém, você não é mais bissexual”, “É só uma fase”. 
 
A maioria dessas falas são usadas dentro da própria comunidade LGBT que, apesar de incluir o grupo na sigla, raramente dá voz ou representação cultural dentro dos seus espaços. O principal discurso é de que a bissexualidade é uma orientação inventada, principalmente por homens quando querem esconder sua homossexualidade. Em alguns casos, isso é verdade, mas na maioria deles, não passa de preconceito de quem pensa isso. 
 
Um estudo do Instituto Americano de Bissexualidade prova que heterossexuais têm mais preconceito com homens que se dizem bissexuais, do que com gays e lésbicas, nos Estados Unidos. A organização foi fundada em 1998 com o objetivo de produzir pesquisas científicas que comprovem a existência de uma orientação sexual voltada tanto para afeição por homens, quanto por mulheres. Uma pesquisa realizada com homens bissexuais mediu, justamente, os padrões de excitação quando expostos a imagens de homens e mulheres bonitas, o que comprovou o prazer por ambos. O dia 23 de Setembro foi escolhido por membros da comunidade bissexual dos EUA, em 1999, para celebrar o grupo. 
 
Na mídia
Você, provavelmente, nunca deve ter visto alguma reportagem na televisão ou em jornais onde um personagem se identifica como bissexual e fala sobre suas pautas e identidade cultural. Na verdade, isso é praticamente raro até no mundo ficcional. Mesmo personagens de séries, filmes e livros que são bissexuais raramente falam sobre sua identidade. É o caso de Piper, protagonista de Orange is The New Black, que já foi apaixonada por Larry e Alex ao longo da trama. É o mesmo caso de Brittany e Santana, da já terminada série Glee, que mantinham um relacionamento entre elas e com outros caras. 
 
Essas personagens, ao invés de abordarem as questões sobre a bissexualidade, que é sua orientação sexual, acabam se “descobrindo” lésbicas confusas. 
 
O que é bissexualidade?
De acordo com o psicoterapeuta sexual Ítor Finotelli Jr, que já acompanhou diversas situações em Campinas, o bissexual é a pessoa que “sente atração, tem desejos e estabelece vontades sexuais e afetivas com ambos os sexos”. É importante entender que a sexualidade humana é complexa e funciona de forma diferenciada para cada um, sendo impossível medir níveis e parâmetros de bissexualidade. Pode ser que algumas pessoas gostem da mesma forma de homens e mulheres, mas pode ser que outras tenham preferências, e não há nada de errado com isso. 
 
“O bissexual não é indeciso ou promíscuo, esses adjetivos, na verdade, revelam o preconceito que essas pessoas enfrentam. Algumas vezes, o próprio parceiro do bissexual pode questionar essa situação e não entender o companheiro. No relacionamento com um bissexual existem certas incertezas, do tipo “será que ele está satisfeito?”, “será que eu dou conta?”. Os bissexuais podem, sim, ter um relacionamento monogâmico, com um parceiro sexual e marital sendo a mesma pessoa. O que conta é a questão da confiança e tipo relação que o casal tem”, pontua Finotelli.
 
Neste mês, ajude a desconstruir os preconceitos em torno dos bissexuais. Que tal então compartilhar esta matéria?

 

 
Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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