Uma nova pesquisa conduzida pela Universidade John Hopkins, em parceria com a Universidade de Harvard e o Hospital Infantil de Boston, analisou dados de cerca de 17 anos, desde 1999, sobre as tentativas de suicídio entre jovens LGBTs em 47 estados diferentes dos Estados Unidos. Publicado no periódico Jama Pediatrics, o estudo revela que houve uma queda de cerca de 14% na tentativa de suicídio de LGBTs mais jovens depois da aprovação do casamento gay pela Suprema Corte do país.
O estudo analisou, primeiramente, os números de antes e depois da aprovação do casamento gay em estados com legislações favoráveis em 2015, que são cerca de 35. O Massachusetts foi o primeiro deles, já em 2004. Depois dessa análise inicial, a comparação foi com os estados com leis discriminatórias ou que não legalizaram o casamento gay logo de início, levando mais tempo para se adaptar.
Foram levados em consideração o histórico de mais de 760 mil estudantes, cedidos pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças). As conclusões são animadoras. Graças ao ambiente de maior aceitação e uma melhor perspectiva de futuro, as taxas de tentativa de suicídio entre a população LGBT jovem caíram em 14% nos anos seguintes à aprovação. E a comunidade não foi a única afetada, a taxa também caiu em 7% entre os heterossexuais. Em números, isso quer dizer cerca de 134 mil jovens.
Para Julia Ralfman, uma das co-autoras do estudo, as conclusões podem dizer muito para a criação de políticas públicas de inclusão. “Eu espero que os políticos e o público considerem o potencial de saúde que as leis e políticas públicas implicam na comunidade LGBT”, pontuou. Apesar da descoberta positiva. O medo é de que as ameaças e o ambiente instável criado pelo Governo Trump coloque água abaixo anos de conquistas da comunidade por direitos LGBTs.
