Boneco gay brasileiro em museu de Londres

Um boneco gay, criado pelo artista-plástico brasileiro Fernando Carpaneda em uma crítica a religiosos homofóbicos, como o pastor Edino Fonseca, foi comprado pelo curador Nigel Glimmer, responsável pela primeira ala gay do famoso museu de cera Madame Tussaud de Londres. Nigel é também artista plástico e curador do The Gay Doll Museum, primeiro museu de bonecos gays do mundo onde a obra de Fernando poderá ser vista.

O boneco Charlie é baseado no modelo do jornalista e fotógrafo russo Slava Mogutin, maior celebridade gay da Rússia (em homenagem ao homofóbico presidente Vladimir Putin, que proibiu as manifestações do orgulho gay no país), e o rosto é inspirado no do pastor evangélico brasileiro Edino Fonseca (em homenagem ao maior político homofóbico do Brasil). Para a versão skinhead (homenagem ao maior grupo homofóbico do mundo), Carpaneda utiliza uma ´casula gótica´ igual a do padre Marcelo Rossi, ícone católico brasileiro.
Inspirado por vários ícones gays e religiosos homofóbicos da atualidade, Carpaneda criou ainda diferentes versões para o boneco – Black, Hip-Hop, Drag Queen Gazelle e Crente, este último como crítica à Igreja Batista Americana, radical instituição contra a homossexualidade e criadora do slogan “God Hates Fags”, ou “Deus Odeia Viados”.

Há, ainda, uma versão árabe em homenagem ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Os bonecos têm os pênis adaptáveis e podem ser utilizados eretos ou não. Os Charlies possuem 30cm de altura e o nome é uma homenagem ao presidente da Leslie Lohman Gay Art Foundation, maior fundação de arte gay do mundo.
 Charlie foi feito em quatro versões e é vendido em Nova York por US$ 300.

O The Gay Doll Museum está localizado em Londres e já conta com 70 bonecos, entre eles os que imitam os cantores Elton John e Boy George, e a drag Ru Paul.