30 mil na Parada de Floripa

Redação Lado A 20 de Agosto, 2006 01h12m

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I Parada Gay de Floripa
Nesse último domingo, dia 09 de julho, foi realizada a primeira parada da diversidade de Florianópolis. A última capital do Brasil a realizar a manifestação. Mais de 25 mil pessoas, segundo dados oficiais, percorreram, por mais de 3 horas, 3 quilômetros da avenida Beira Mar Norte, indo da concentração em frente ao Bar Koxixo´s até o trapiche principal. Foram 5 carros de som, sendo 3 grandes trio-elétricos, que puxaram a animação de uma multidão que demonstrava a diversidade em suas face e com representantes de diferentes tribos.


Mesmo com um vento forte a parada cumpriu o seu papel de atrair a atenção para os direitos da comunidade GLBS, quantificando os indivíduos, abrindo espaço para falas e ainda se tornando uma festa de importância político-econômica. A expectativa inicial foi superada e muito (esperava-se 10 mil pessoas).


Quem puxou o evento foi a Drag Silvetty Montilla, a mesma que amadrinhou as primeiras paradas de Curitiba e outras pelo Brasil, além de ser a tradicional mestre de cerimônias da maior parada gay do mundo – a parada de São Paulo. Personalidades, artistas e políticos locais também subiram ao palco, com destaque ao apresentador Leão Lobo e a drag queen local Selma Light. Uma excursão de Curitiba marcava presença, além das pessoas que foram sozinhas curtir a mais nova festa da ilha da Magia.


Passado
Há 7 anos, uma tentativa “fracassada” desanimou os gays da cidade a continuarem com a festa nos anos seguintes. Mas com diversos esforços de pessoas e organizações, o projeto se tornou possível. O mesmo organizador da parada passada, Audenir Cursino Carvalho, criou e presidiu um grupo de empresários e conseguiu apoio logístico de diversas repartições públicas. Contam os voluntários da Associação dos empreendedores gays, lésbicas, bissexuais e transexuais de Santa Catarina, organizadora da parada, que a ong curitibana Grupo Dignidade foi quem assessorou a nova empreitada e fez a diferença.


Desapoio do governo de SC
Além da tradicional reivindicação por direitos iguais – por lá, a parada tinha o lema “nem mais nem menos, apenas iguais” – uma séria denúncia foi feita contra o governo do estado de Santa Catarina. Há cerca de dois meses, o governador vetou 80 mil reais para o projeto do evento enquanto mais de 200 mil foram repassados para a chamada Marcha para Jesus. Mesmo indignado, o movimento local resolveu organizar com verba própria a parada que foi avaliada como sucesso total.


Ovos
Em um dos prédios em frente à Avenida Beira Mar Norte, um morador jogava ovos e praguejava na janela. Há menos de 100 metros do palco, no final do evento. Pelo que parece, ele acabou com o seu estoque e não atingiu ninguém.


Jesus veio
Uma igreja evangélica distribuía um curioso material sobre o “significado do arco-íris”, chamando os homossexuais para a salvação, o que irritou muitos gays. Segundo o papel, o arco-íris é na bíblia o sinal de Deus de que viria a salvação ao dilúvio… tsc tsc


Organização nota 10
Rezando a própria cartilha, a Parada de Florianópolis foi um grande exemplo para o Brasil de que não é preciso de dinheiro público para organizar o evento e de que juntos podemos tudo, além de construir parcerias diferentes e colocar o tom político mais forte no evento. A organização estava perfeita, possuindo banheiros químicos, mídia, hino nacional tocado pela banda oficial da PM e o principal: deixou o gostinho de quero mais. Afinal, o mar ao fundo é uma exceção nas paradas do Sul.

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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