O cantor russo Zelimkhan Bakaev foi preso, torturado e assassinado na Chechênia, aponta uma ONG russa em defesa da comunidade LGBT. O rapaz foi para a região como convidado para o casamento da irmã e foi visto pela última vez no dia 8 de agosto. A Chechênia é o território russo conhecido por perseguir e matar homossexuais ou obrigar que a família o faça. A comunidade artística internacional está em choque com a possibilidade do assassinato negado pelas autoridades russas.
O membro da rede russa LGBT, Igor Kocketkov, recentemente declarou para a mídia o desaparecimento de Bakaev. “No final de agosto, recebemos a confirmação de nossa anterior presunção de que [Bakaev] foi detido pelas autoridades chechenas devido a suspeita de homossexualidade”, disse. Fontes não oficiais afirmaram para a ONG que o cantor, que tem 26 anos, foi capturado pela polícia, torturado e morto três horas após ter desembarcado em Grozny, região onde ocorreria o casamento de sua irmã. Igor afirmou ainda, que outros artistas russos sofreram torturas para que cedessem informações de Bakaev antes de seu desaparecimento.
Apesar de não ser homossexual assumido, Zelimkhan Bakaev foi tema de notícias ao redor do mundo associando seu desaparecimento à intolerância da Chechênia. Existe a possibilidade de o artista ter sido levado à um dos campos de concentração que, segundo as mesmas notícias, estão funcionando de forma oculta na Chechência para extinguir os homossexuais. As autoridades negaram todas as acusações, porém, de forma duvidosa. “Mesmo que existissem gays na Chechênia, a polícia não teria problema com isso, pois as próprias famílias deles se comprometeriam a enviá-los a um lugar de onde não seria possível retornar”, declarou o governo no início do ano.
A família do jovem continua cobrando explicações, mas as autoridades alegam que desconhecem o paradeiro do rapaz e que o mesmo teria ido para a Alemanha. Um vídeo acusado de ser falso mostra o rapaz dizendo que evadiu da Rússia e dizendo estar em Berlim. O vídeo apresenta mobília e produtos russos, o que sugere que é uma farsa.