Redação Lado A | 11 de Outubro, 2018 | 17h39m |
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O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) deu uma entrevista no ano de 2013 em que se declara homofóbico. Entrevistado pelo canal TWTV, o candidato e suas declarações homofóbicas vieram à tona novamente nesse período de eleições. Bolsonaro sempre foi conhecido por sua aversão às minorias como mulheres, negros, nordestinos e LGBTs.
No vídeo, Jair Bolsonaro insiste no que ele chama de “Kit Gay”. Durante os debates e entrevistas para o primeiro turno das eleições de 2018, Bolsonaro chegou a apresentar um livro no Jornal Nacional dizendo se tratar do “Kit Gay”. No entanto, a editora Companhia das Letras e o Ministério da Educação (MEC) desmentiram o candidato. De fato, o chamado “Kit Gay” nunca foi distribuído nas escolas. Em 2004 o Governo Federal lançou o projeto “Escola Sem Homofobia” para distribuir materiais de conscientização contra a violência nas escolas. O projeto foi barrado durante o governo de Dilma Roussef e nunca chegou até as escolas.
Uma outra reivindicação de Jair Bolsonaro no vídeo do TWTV é sobre as famílias homoafetivas. Para ele, uma família formada por dois homens ou duas mulheres, com ou sem filhos, não é legítima. Ele alega que jamais deixaria um filho dele frequentar a casa de outra criança cujos pais são homossexuais. “Eu ia ter que falar o que pro meu filho? Que isso é normal?”, disse.
De acordo com as declarações homofóbicas de Jair Bolsonaro, ele não se importa com os homossexuais. Para ele, a homossexualidade é estimulada pelo comportamento de outras pessoas e deve ser combatida. O candidato ainda declarou que crianças adotadas por casais gays também serão homossexuais e comparou LGBTs com as drogas. “Eu prefiro ter um filho viciado do que homossexual”, declarou. “Sou homofóbico sim, com muito orgulho”, completou Bolsonaro.
O Brasil é o país que mais mata LGBTs no mundo segundo dados do Grupo Gay da Bahia. Há 38 anos a entidade reúne dados de violência contra LGBTs, uma vez que as fontes oficiais fazem vista grossa para toda a violência. Além disso, muitos familiares ainda têm vergonha de declarar que seus filhos morreram vítimas do ódio e preconceito.
Em 2017 o site “Quem a homotransfobia matou hoje” registrou 445 mortes, um recorde desde o início do levantamento dos dados. Em 2018 já foram contabilizadas mais de 300 mortes. Esse cenário está aumentando ainda mais depois que começaram as campanhas para a Presidência. Discursos como os de Jair Bolsonaro levantaram um grupo cada vez maior de pessoas favoráveis à morte de LGBTs.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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