Mãe brasileira luta para transportar o corpo de seu filho gay que morreu na China

Redação Lado A 29 de Julho, 2019 10h07m

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O estudante Leonardo Cláudio da Rosa, de 23 anos, foi encontrado morto na China em 14 de julho deste ano. O corpo foi localizado na cidade de Chongqing e a causa da morte ainda está sob investigação. O brasileiro fazia intercâmbio no país pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, onde cursava a faculdade de Letras. Desde o segundo semestre de 2018, Leonardo estudava mandarim na China.

Rosane de Souza, de 50 anos, mãe do estudante, está inconformada com a falta de informações sobre o corpo do filho. Segundo a mãe, a embaixada do Brasil em Pequim não cede nenhuma informação sobre os trâmites para trazer o corpo do estudante ao Brasil. A dúvida de Rosane é sobre a necessidade de pagar algum valor para trazer o corpo. Além disso, a mulher não recebeu informações de prazo para a liberação. Rosane deseja apenas enterrar o filho em seu pais de origem e próximo de seus familiares.

O Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores, está prestando assistência à família. Por outro lado, o órgão ainda não conseguiu dar todas as informações para a mãe do estudante sobre o transporte do corpo. De acordo com o Instituto de Letras da UFRGS, o estudante foi vítima de um crime. Já o Itamaraty, que informou à família sobre a morte do estudante, disse que Leonardo caiu de um prédio e faleceu. As investigações, no entanto, ainda não confirmaram a real causa da morte.

Mesmo sem respostas, a família tenta arrecadar dinheiro para transportar o corpo de Leonardo. Segundo a mãe do estudante, ele teria contratado um seguro viagem na China. Por outro lado, no caso de suicídio, o seguro não poderia ser usado. Mas segundo a mãe do rapaz, a possibilidade de suicídio não existe.

O estudante

Leonardo Cláudio da Rosa era considerado um exímio estudante e ativista LGBT+. Antes de viajar, ele dava aulas de redação na ONG Trans Enem, de Porto Alegre. A entidade presta serviços educacionais para pessoas trans com o objetivo de melhor inserí-las no meio social. Além disso, a ONG luta para que pessoas trans tenham acesso à universidade.

Antes de embarcar para a China, Leonardo morava em Porto Alegre para onde retornaria ainda esse ano. Em 2018 ele arrecadou dinheiro através das redes sociais para fazer seu intercâmbio. Leonardo foi selecionado para estudar na Universidade de Comunicação da China. Quando ainda estava no Brasil, fez uma rifa para levantar os valores que seriam gastos com visto, alimentação e hospedagem na China. Já no país asiático, ele trabalhava como professor de inglês.

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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