Ao invés de dizer que não se responsabiliza pelo conteúdo publicado por terceiros, o jornal Folha de Pernambuco divulgou nota de esclarecimento pedindo desculpas por ter veiculado o anúncio “Pernambuco não te quer”, em sua edição impressa do dia 3 de setembro, terça-feira. O anúncio do Fórum Permanente Pernambuco Pró-Vida (FPP-PV) comparou a homossexualidade com a pedofilia, exploração sexual de menores, prostituição e turismo sexual. Com o mote “Pernambuco não te quer”, o anúncio apresenta ainda a palavra homossexualismo, grafada com o sufixo ismo, dando a conotação de doença a homossexualidade.
Além das desculpas, o jornal ressaltou ainda a boa relação com a comunidade gay e afirmou que o episódio não se repetirá. O anúncio foi denunciado ao Ministério Público Federal e foi compartilhado nas redes sociais gerando manifestações on line.
O fórum porém não se desculpou mas negou que o anúncio seja homofóbico. Para o diretor do fórum, Márcio Borba, é uma questão de direito de opinião.”Lutamos pelo nosso direito de opinião, pelo direito de nos expressar a respeito do que queremos para o nosso Estado”, afirmou ele ao portal Terra.
O bom exemplo do jornal pernambucano poderia ser tomado pelo jornal Gazeta do Povo, do Paraná, que na semana passada publicou texto de um colunista afirmando que a adoção por casais homossexuais não podem ser chamados de família.
Veja a nota oficial na íntegra da Folha de Pernambuco:
Erramos! Pedimos desculpas e garantimos que tal episódio não se repetirá. Sobre o anúncio publicitário do Instituto Pró-Vida publicado na edição de segunda-feira, 3 de setembro de 2012, a Folha de Pernambuco afirma que seu conteúdo de forma alguma reflete a opinião do jornal, cuja prática sempre foi a de divulgar e promover todas as ações que esclarecem e propagam a tolerância e o respeito aos direitos humanos.
Ao longo dos seus 14 anos, a Folha construiu um histórico de respeito aos seus leitores, focado na promoção aos direitos humanos, inclusive da comunidade LGBT, com a qual o jornal mantém diálogo constante. Reconhecemos como dever assegurar o respeito ao próximo e não tolerar qualquer tipo discriminação, seja ela racial, religiosa ou sexual.