Tour: Criança viada faz vingança perfeita à homofóbico na internet

Um menino de 12 anos, de Alvorada, Rio Grande do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, denunciou esta semana, em um grupo do Facebook, um ato de homofobia que sofreu em seu Whats App. Depois de algumas postagens com humor e sexualização duvidosas para a sua idade, como uma em que posta uma montagem “grávido” e outra em que pede um namorado e se chama de puta, ele recebeu de um desconhecido uma mensagem de lição de moral e preconceito.

O adolescente postou o número de seu telefone e alguém repostou em outro grupo, onde o homem pegou e se achou no direito de entrar em contato. “MLK tu tem apenas 12 anos e fala que é gay”, “gay nem deveria existir”, disse o homem carioca de 44 anos. O menino responde ao homem mas depois ele posta a conversa no grupo Mundo LGBT, com mais de 30 mil membros, e pede: “Gente olha isso kkk deixei o numero de amostra (S.I.C.) então mandem msg p ele até o chip queimar, ele só pegou o meu número o me xingar kkkk meu deus falta do que fazer”.

O que o gauchinho não sabia é que a postagem foi bem na semana de aniversário do homem que teve ainda seus dados expostos no grupo. Em uma das conversas de retaliação, postadas por outros membros, o homem disse que foi uma brincadeira de “humor negro mas sem humor, sem graça”, piorando ainda mais sua atitude.

No grupo, a discussão descambou para a idade que se entendia gay ou bissexual. Adolescentes têm direito a expressar sua sexualidade livremente segundo o Estatuto da Criança e do Adolecente mas as crianças viadas têm causado desde cedo. Mal compreendidas, elas têm na internet o único espaço para se expressar muitas vezes e causam reações de estranheza até entre conservadores da comunidade LGBT.

A sexualização infantil pode parecer engraçada mas pode ser um sintoma sério de que nossa educação tem falhado. A vida sexual traz conseqüências e precocemente isso costuma trazer situações que muitos não têm maturidade para lidar.

Curiosamente, o menino é do Rio Grande do Sul, onde a exposição censurada Queermuseum, em 2017, popularizou o termo criança viada em uma de suas obras. Elas existem!

Seguem prints preservando dados e imagens do adolescente e dos envolvidos: