Segundo a ABGLT, Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, em 1996, oito ativistas gays se candidataram nas eleições daquele ano. Agora, 16 anos mais tarde, a entidade registra a candidatura de 156 membros assumidos da comunidade, número que pode ser ainda maior. Presentes em diversos partidos e correntes, a importância do voto gay nunca foi tão difundida e este ano a comunidade deve melhorar a taxa de sucesso nestas eleições. É possível contar nos dedos os políticos LGBT assumidos eleitos até hoje, entre eles o deputado federal Jean Wylllys e a travesti e dançarina vereadora de Salvador Leo Kret, candidata a reeleição.
Desde 2008 a entidade publica uma lista com nomes de gays candidatos a diferentes cargos nas eleições para compor os legislativos municipais, estaduais e federais. A ABGLT ainda produz um termo de compromisso para candidatos aliados da causa. Nestas eleições, 43 candidatos assinaram o Termo de Compromisso da campanha “Voto contra a homofobia, defendo a cidadania”, produzido pela entidade que pede que os aliados assinem compromissos de campanha com a comunidade LGBT.
Entre todas as candidaturas LGBT deste ano há um gay candidato a cargo de prefeito de João Pessoa e outras 154 candidaturas ao cargo de vereador em 24 dos 26 estados da federação – não há eleições no Distrito Federal. Apenas os estados do Acre e do Mato Grosso não possuem candidatos. No panorama geral, serão 85 candidaturas de gays, 25 lésbicas, 24 transexuais, 16 travestis, 4 bissexuais e 1 drag queen. Apenas o Rio Grande do Sul conta com 12 candidaturas! Cinco no Paraná e três em Santa Catarina – Tiago Silva, candidato a vereador gay assumido em Florianópolis, foi incluído após a Lado A informar a sua ausência na lista. Os estados com mais candidaturas LGBT são: Bahia com 34, seguida de São Paulo com 27 e Minas Gerais com 18.
Toni Reis, presidente da ABGLT salienta que “embora tenhamos feito essa lista de candidaturas LGBT e aliadas à causa LGBT com o objetivo de orientar o eleitorado LGBT, é importante que as pessoas procurem conhecer a história de luta e as propostas dos/das candidatos/as antes de votar neles. Não basta ser uma candidatura LGBT. A recomendação também é que não sejam candidaturas corporativistas voltadas apenas para a população LGBT, mas que ampliem para outras populações, assim como abranjam os temas sociais, como a saúde, educação e segurança pública,” acrescentou Reis que por duas vezes foi candidato a vereador de Curitiba, em 1996 e 2000, conseguindo, respectivamente, 2634 (pelo PT) e 2173 votos (pelo PSB) e que, apesar da votação expressiva, e ter pego em ambos os casos a suplência dos cargos, não assumiu vaga na Câmara Municipal.
