A estudante de Ciências Sociais da PUC PR Raíza Luara estava na estação tubo Avenida Kennedy, no bairro Novo Mundo, em Curitiba, na tarde deste domingo, com sua companheira e mais dois amigos, quando foi xingada, ameaçada e expulsa da estação tubo pelo cobrador, funcionário de uma das 11 empresas que prestam serviço para a URBS – responsável pelo transporte público na capital paranaense, de capital misto.
O homem, incomodado com o fato das mulheres estarem abraçadas e namorando dentro da estação, tentou expulsar o grupo do tubo (nome dos pontos de ônibus curitibanos em forma de túneis vidro) e posteriormente os obrigou a entrarem no primeiro coletivo que chegou ao local. Segundo testemunha ouvida pela Lado A: “Eu estava junto com um casal de amigas esperando nossos ônibus, quando em alto e bom som (gritando) o cobrador nos acusou de ofender as pessoas, claramente falando sobre elas serem um casal lésbico, e nos expulsou do tubo, não saímos e quando finalmente chegou um ônibus ele soltou a pérola: “Agora vocês vão pegar esse ônibus por bem ou por mal”. Bem, estamos tomando as medidas possíveis mas gostaríamos de causar uma conscientização”, afirmou o jovem que preferiu que seu nome não fosse publicado.
No Facebook, Raíza desabafou: “Eis que a ignorância e a intolerância se manifestam mais uma vez em meu cotidiano, e diretamente a mim. Mais uma agressão e constrangimento sofridos em virtude de minha orientação sexual ocorreu hoje. Estávamos eu, minha namorada e mais dois amigos no tubo da Avenida Kennedy em Curitiba, quando o cobrador começou a proferir insultos demonstrando estar profundamente incomodado com a nossa presença, e mais ainda com as carícias trocadas entre eu e minha namorada. Não é a primeira vez que isso acontece, e ao chegar em casa já ouvi que se procurarmos nossos direitos, estaremos apenas atrás de confusão e não com o objetivo de punir ou até mesmo (e apenas) conscientizar aqueles que causam tal constragimento contra as minorias. Não estávamos faltando com o respeito a ninguém, e não é porque vivemos em uma sociedade patriarcal, machista, racista e homofóbica que devo conter minhas atitudes com minha namorada, única e exclusivamente por se tratarmos de um casal homossexual. Somos cidadãs como qualquer outra pessoa, e temos direitos iguais, direitos dos quais nós vamos atrás sim, não só por nós mas por qualquer outra classe minoritária que esteja sofrendo algum tipo de constragimento ou dano moral, senão agora, a qualquer momento. Sem mais”.
A Lado A já entrou em contato com a URBS para que comentem o incidente. Incrível é que a própria família da moça não a apoiou para denunciar a homofobia que sofreu. Que tal deixarmos mensagens de apoio a Raíza nos comentários, heim?