O CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – que reúne representantes das igrejas Católica Apostólica Romana, Episcopal Anglicana do Brasil, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Sirian Ortodoxa de Antioquia e Presbiteriana Unida – que tem como compromisso “atuar em favor da dignidade e dos direitos e deveres das pessoas, até como forma de fidelidade à mensagem evangélica”, emitiu neste domingo uma nota de repúdio à nomeação de Marco Feliciano para a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
O documento foi aprovado na XV Assembleia Geral da entidade, realizada em São Paulo, e alega que além de possuir pendências na Justiça, o deputado é claramente preconceituoso e esse comportamento o descredencia para o cargo. A entidade pede mais ética na política e uma reforma política “na busca da ampliação da cidadania”.
Veja o documento emitido pelo grupo que deve causar um atrito sem precedentes com os neopentecostais (auto proclamados evangélicos) que não fazem parte do Conselho (note o fato do deputado não ser identificado como pastor na carta de repúdio e nem identificada sua ligação com igrejas):
Moção de Repúdio
O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, reunido entre os dias 8 a 10 de março na cidade de São Paulo, em Assembleia Geral, por seus delegados e delegadas, vem expressar publicamente o seguinte:
1. Considerando a importância da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados na implementação dos DHESCAs (Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais) em nosso país;
2. Considerando a necessidade de que esta Comissão seja presidida por quem tem histórico de compromisso coerente com os DHESCAs;
3. Considerando o corolário de nossa missão, à luz dos valores que a inspiram, e as manifestações de diversos segmentos da sociedade brasileira, expressamos nosso repúdio ao processo que levou à escolha do Deputado Marco Feliciano (PSC), o qual, por suas declarações públicas, verbais e escritas de conteúdo discriminatório, de cunho racista e preconceituoso contra minorias, pelas quais responde a processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal. Tal comportamento o descredencia para liderar a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados e propugnamos por seu imediato afastamento.
Pela ética na Política!
Por um Congresso Nacional transparente e com ficha limpa!
Pela Reforma Política do Estado brasileiro na busca da ampliação da cidadania!
São Paulo, 09 de março de 2013.
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil