Pesquisa on line do Ibope CONECTAí ouviu 2.363 de internautas em todo o País entre 11 e 19 de março. A pesquisa representa o universo de internautas de todo o Brasil e seus dados foram ponderados por: região, sexo, idade, instrução do chefe da família e classe econômica de acordo com o perfil de internautas brasileiros e foi publicada nesta segunda-feira.
Segundo a enquete, 47% dos internautas brasileiros são favoráveis ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo e 45% aprovam a adoção. A pesquisa abordou diversas questões sobre o tema e foi realizada como forma de contribuição para um debate que divide a sociedade. Entre o universo de gays ou bissexuais que assim se afirmaram na pesquisa, 16% dos homens contra 8% das mulheres; Quantos mais jovens, mais assumem a orientação sexual: 15%, se até 29 anos; 10%, de 30 a 49 anos; e apenas 5% para aqueles de 50 anos e mais. A classe B se destaca como aquela onde há mais homossexuais/bissexuais, com 14% dos entrevistados, seguido da A com 11% e das classes C e D com 10%.
Sobre religião, 42% dos gays disseram não ter uma. Entre heterossexuais, o mesmo índice foi de 13%. Entre as pessoas que não identificaram a sua orientação sexual na pesquisa, 53% eram católicas. Segundo a pesquisa, 63% dos homossexuais/bissexuais são solteiros e 25% moram com o(a) parceiro(a) ou conseguiram a união estável. Sobre a lei do casamento gay entre os bi e homos, 43% afirmaram que certamente se casariam e 22% provavelmente se casariam, ou seja, 2/3 demonstram o desejo de formalização da união. Outros 25% não sabem/nunca pensaram a respeito, e 7% e 4% dizem que provavelmente não se casariam e certamente não se casariam, respectivamente.
Entre todo o universo da pesquisa, que retrata a sociedade brasileira, 47% dos internautas revelaram-se favoráveis ao casamento gay, entre os entrevistados assumidamente homossexuais ou bissexuais, a aprovação sobe para 97%. Sobre adoção por casais gays, 60% dos gays aprovam e desejam adotar, enquanto entre os héteros essa aprovação para 45%.
Para Laure Castelnau, diretora executiva de marketing e desenvolvimento de negócios do IBOPE Inteligência, a interpretação detalhada de todos os dados indica para um percentual significativo de pessoas que não se assumiram gays também à própria pesquisa: “Embora apenas 12% se declarem homossexuais e/ou bissexuais, 36% dos entrevistados afirmam ter no mínimo uma pessoa gay na família, mostrando, portanto, que a proporção de homossexuais não assumidos é de fato significativa e que muitas famílias não sabem que há um homossexual entre seus próprios familiares”, afirmou a pesquisadora.
Dentre os “assumidos” para a pesquisa, 31% disseram não se assumir perante a família, 33% não o fazem perante os colegas de trabalho e 12% apenas não assumem perante seus próprios amigos. Em relação à própria família, o maior medo é o da rejeição (57%). Entre os colegas de trabalho, também há o medo de rejeição (32%), mas divide espaço com o medo de que a opção sexual interfira na carreira profissional (24%).
Confira os gráficos e mais dados da pesquisa aqui.