Itamaraty continua a investigar homofobia e assédio moral e sexual em consulado da Austrália

Uma comissão do Itamaraty, formado por três embaixadores, está verificando uma denúncia feita por funcionários do consulado brasileiro em Sydney, Austrália. A denúncia foi feita por três funcionários e foi acompanhada de um abaixo assinado e acusa o ex-cônsul-geral do Brasil em Sydney, Américo Fontenelle, e seu ex-adjunto, Cesar Cidade, de terem desrespeitado funcionários no posto diplomático e cometido ainda assédio moral e sexual, racismo, além de homofobia.

A denúncia foi recebida há 3 meses e culminou na dispensa dos dois do cargo diplomático e ainda em um processo administrativo disciplinar. Segundo os funcionários, o então cônsul e seu adjunto regularmente humilhavam os funcionários, abusavam do poder e ainda criavam situações constrangedoras.

“Ele vinha por trás e me dava um beijo no rosto. Ou então vinha com comentários pejorativos, tipo: ‘ah, você está em uma posição sugestiva hoje’ ou ‘estou louco para te dar um beijo’”, contou Viviane Hottum Jones em entrevista ao Fantástico. Por causa do comportamento dos representantes do Itamaraty, e perseguições, nos últimos 2 anos, oito funcionários teriam pedido demissão e outros seis pediram transferência. O caso de homofobia teria sido cometido contra um funcionário homossexual. O ex cônsul já teria tido problemas semelhantes quando atuava no consulado do Canadá.

Em boletim interno do Ministério das Relações Exteriores, nesta segunda-feira, o caso ganhou mais 60 dias para ser apurado. Se condenados, os acusados podem ser exonerados do Itamaraty e ainda respondeu processo civil e criminal na Justiça do país, já que o consulado é considerado território nacional. Fontenelle e Cidade negam as acusações.