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Florianópolis: Jovem gay alega que teve registro de B.O. negado e foi agredido e xingado por policiais em delegacia

Redação Lado A 22 de Janeiro, 2014 22h41m

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O jovem John Lucca Alves, de 25 anos, de Florianópolis, empresário, se desentendeu com um taxista que segundo ele queria cobrar o dobro de uma corrida combinada no início da madrugada desta quarta-feira (22). Segundo o rapaz, eles combinaram a corrida por R$50 reais mas na hora o taxista pediu R$100. Ele pagou R$50 e foram até o 1° Distrito da Polícia Civil, no Centro da cidade, para lavrarem a ocorrência, onde houve discussão. A cobrança de taxas de retorno ou não ligar o taxímetro e oferecer corridas com o aparelho desligado são alguns meios questionáveis de taxistas oportunistas lesarem clientes e as empresas.

Ainda segundo Alves, a policial de plantão se negou a fazer o B.O. e quando ele se alterou, por ela não fazer a ocorrência, recebeu um tapa no rosto. Em seguida, outros policiais – supostamente agora militares – o agrediram e o colocaram para fora do prédio a socos e pontapés. Ele relatou para a Lado A que os policiais ainda disseram as frases:  “Bichinha tem que apanhar mesmo” e que os gays são folgados por causa dessa tal homofobia. Assustado, ele pretende denunciar o caso às corregedorias das duas polícias de Santa Catarina.

Abaixo o relato que fez ao chegar em casa, no Facebook:
 

“Por favor, acabo de ser vitima de um crime de Homofobia na qual eu estava na Central de Policia e acabei apanhando de policias. Tapa, socos e chutes. O motivo, um taxista que combinou um preço do Costão do Santinho até o Centro e queria me cobrar o dobro. Foi quando disse não pago, eu pago o certo da corrida, dai eu disse vamos na Central onde fui hostilizado e xingado.
Me bateram a socos e chutes  escada a baixo, e eu não pude ligar pra minha família e advogados. Enfim, negaram o direito a fazer um B.O e ainda me bateram. Quando eu falei o nome do vereador meu amigo Tiago Silva, que luta pelos direitos GLBT de Florianópolis, mesmo assim, fui ignorado. Olho roxo, chorando, e eles rindo da minha cara. Me chutaram escada a baixo, quando me desespero pedindo ajuda em plena avenida Rio Branco, falando que ia fazer um Corpo Delito e eles nem aí, pode ir, quem manda é nós. Eu na rua gritando ajuda em frente a Central de Polícia quando para outro taxi para e me ajuda, enfim, se eu fosse lá fazer o corpo de delito não resolveria nada.
 
Então peço ajuda pra que isso não aconteça de novo, vereador, olhe as câmeras e veja o quanto eu sofri. Eu ainda fui tirar uma foto, pegaram meu cel e jogaram no chão. Sem provas, a única prova é do anjo do último taxista que me trouxe até o local de casa. 
 
Sem mais o que dizer. Quem era pra nos proteger acaba nos batendo e nos ignorando. Maria Claudia Menezes, me ajude olhando as câmeras, divulgando meu sofrimento, que não desejo a ninguém e não deixando mais esse crime impune. É lamentável. Jamais pensei que isso fosse acontecer comigo … Sem mais Palavras, John Lucca” (Corrigido – Lado A)

A Lado A procurou a delegacia citada que não pode comentar os fatos em razão dos profissionais do plantão da noite anterior estarem em descanso. 

 

 
Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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