Redação Lado A | 27 de Maio, 2014 | 23h15m |
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A pesquisa encontrou dois grupos distintos, os “discretos” e os “ousados” em estabelecimentos voltados a comunidade gay local. “Algo muito interessante observado é que os gays do primeiro grupo buscam através de suas posturas exporem uma certa atividade e os do segundo grupo uma passividade, no entanto, em ambos os grupos existem passivos e ativos”, diz a conclusão do estudo. Ou seja, no mesmo ambiente, o comportamento atribuído para “machos” e “fêmeas” era percebido no grupo.
“Sendo assim, percebemos desde já que a forma como os gays se apresentam na sociedade é intrinsecamente influenciado pelos padrões heteronormativos, que denominam quem é o “macho” e quem é a “fêmea”, ou seja, o ativo e o passivo no sentido de que o ativo é supostamente superior ao passivo, dentro do padrão machista de relacionamento onde o homem é, visivelmente, colocado como superior a mulher. Ainda não entramos em um ponto da pesquisa que possamos dizer quais vantagens e o que leva estes gays a se postarem dessa forma, o que podemos dizer é que na pratica sexual estes papeis não são levados ao pé da letra, pois é permissível dentro dos relacionamentos que o passivo, de aparência e expressão, seja o penetrador, o que “come” e o ativo de aparência e expressão, seja consequentemente, o penetrado, o que “dá””, continua o estudante.
“Constatamos, dessa forma, que de fato existe uma certa exigência da sociedade para que todos, tanto héteros como homossexuais se dividam em dois sexos, macho e fêmea, e que esta divisão seja supostamente visível, porém, na prática do sexo em si parece ser tudo permitido como se os gays vivessem uma dupla personalidade, caracterizando, desta forma, uma identidade vivida porém, oculta”, verifica o estudo que afirma que nem sempre o machão é o ativo durante a relação sexual e vice versa, podendo ainda ser versátil.
O papel de gênero, ou seja, o comportamento esperado para cada sexo pela sociedade, nada tem a ver com a orientação sexual (objeto do desejo) ou com a identidade sexual (como a pessoa se vê). A identidade de gênero (como a pessoa se sente), muito menos, tem a ver com o sexo genital, ou gonodal, ou andrológico, ou do DNA, lançando assim um quebra cabeça que fornece milhares de possibilidades. Enfim, em termos sexuais, o mundo não se divide em pertencer ao grupo azul ou rosa. Seguindo o mesmo princípio, gays não pertencem ao mesmo grupo e apresentam milhares de combinações de identidades sociais e sexuais mas fica sempre mais fácil apelar para o que a sociedade entende e julga como menos desviantes, seguindo assim o comportamento heteronormativo, considerado o “normal”.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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