Noite de Terror: Jovem de Curitiba leva milico para casa e acaba esfaqueado

Por volta das 23h, Ricardo (nome fictício), de 23 anos, e mais um amigo voltavam domingo de uma baladinha alternativa para casa quando avistaram um milico na rua no bairro do Bacacheri e ofereceram carona. Resolveram chamar o jovem de 19 anos, que ainda estava de farda, para dar uma volta e acabaram na casa de Ricardo, no Boa Vista, onde rolou sexo. O amigo resolveu ir embora e Ricardo deixou que o rapaz ficasse por lá, dormindo.

Por volta das 2h da madrugada da segunda-feira, Ricardo acorda com o milico em sua frente, segurando uma faca com sangue e uma forte dor no peito. Assustado, ele tenta sair debaixo do rapaz que ainda acerta outros golpes. Quando o agressor atinge seu braço, a faca de cozinha quebra, e é neste momento que Ricardo lança um chute que derruba o maluco. Rapidamente, Ricardo corre pela sua casa em pânico e foge por uma janela da lavanderia.

Aos gritos, ele pede ajuda à vizinha que imediatamente chamou o Samu. O criminoso fugiu por outra janela quando percebeu que a vítima havia saído da casa e gritava por socorro. Levado para o Hospital Evangélico, foi constatado um total de 13 facadas no corpo de Ricardo, uma delas chegou a perfurar o seu pulmão esquerdo. Um dreno está retirando o sangue que adentrou o seu pulmão depois do ataque.

Ricardo, que ainda está hospitalizado, conversou com a Lado A e contou o que aconteceu e espera que o rapaz seja encontrado e pague pelo que fez. Para ele, foi um milagre ter sobrevivido: “Agradeço a Deus a cada instante”. Ele também concordou em dividir a sua história para que outras pessoas não passem pelo que ele sofreu. Concordamos em preservar a sua identidade, também por sua segurança, até que o caso seja solucionado.

Fica aqui o alerta do perigo de se levar desconhecidos para dentro de casa, um hábito ruim de quem mora sozinho e se considera independente, que pode colocar a própria vida em risco.

A homofobia internalizada é um dos principais motivos de violência contra a comunidade LGBT. Pessoas que não se aceitam e acabam agredindo outros depois de concluírem a sua necessidade sexual, quando há uma descarga de culpa em razão do preconceito construído dentro deles, que se rejeitam por pensarem que ser homossexual é pecado, errado, entre outros preceitos pregados pela nossa sociedade heteronormativa.