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Cantora trans gaúcha e namorado são agredidos na Cidade Baixa em Porto Alegre

Redação Lado A 01 de Setembro, 2015 00h20m

Transfobia e homofobia em plena luz do dia na capital gaúcha. A cantora Valéria Houston, uma das mais talentosas vozes da cidade e ícone da noite gaúcha, foi vítima de um ataque neste Domingo, em plena Rua da República, reduto boêmio e gay de Porto Alegre. Um senhor negro a atacou com uma chave de fenda depois de xingar ela e o esposo de “puto, aberração, chupadores de rola”, entre outros termos. Segundo Valéria, o homem partiu para a agressão gratuita e a atingiu nas costas com o objeto. Ao tentar defender a esposa, seu marido teve o braço perfurado profundamente.
 
Segundo a artista, ao chegar a um posto policial na Rua dos Andradas, os policiais negaram socorro ou tentar encontrar o agressor. Em seguida, ela foi ao pronto socorro onde foi atendida e teve os ferimentos limpos. 
Indignada, ela finalizou seu relato reclamando das pessoas que não reagiram frente a violência que ela sofreu: “O que mais me dói em tudo isso, é claro a violência gratuita com homossexuais, ma s também de que na hora do ocorrido haver um grande número de pessoas na rua, entre essas pessoas muitos gays, e ninguém fez NADA!”. Para a Lado A ela afirmou que o homem tinha “muito ódio nas palavras e nos olhos”.
 
A comoção ganhou as redes sociais e amigos partilharam o relato, indignando a todos. Infelizmente ninguém esta ileso da homofobia da nossa sociedade, nem mesmo as celebridades. “Se não fosse o Luis me defender, talvez eu estivesse morta. A polícia nos diz que nada pode fazer… E agora eu faço o que? Deixo de sair na rua? Até quando vou ser refém de isso tudo? Cadê a união da classe LGBTT numa hora dessa que só alarda e pede direitos mas não é capaz de ajudar ou se solidarizar com a gente! Estou com nojo de tudo isso!”, publicou Váléria indignada em seu perfil.

 

Confira o relato completo:
 
FUI AGREDIDA POR UM HOMOFÓBICO NA REPÚBLICA ONTEM!
 
Estávamos passeando luise eu,.por volta das 16:15 da tarde,sol alto,dia claríssimo, quando um senhor magro,alto de pele negra mais escura que a minha,de camiseta branca e calça jeans,tênis e mochila cinza NOS AGREDIU DO NADA,INICIALMENTE COM PALAVRÕES E COISAS DO TIPO”PUTOS”,ABERRAÇÕES,LIXOS, CHUPADORES DE ROLA.E ETC… As agressões verbais se exageraram e ele veio me agredir com uma chave de fenda..me machucou nas costas tentando me ferir gravemente..Luis veio me defender e ele feriu o braço dele enfiando a chave de fenda com força.. os perseguimos até onde conseguimos NENHUM POLICIAL NA RUA! QUANDO FINALMENTE CONSEGUI mesmo ferida achar um posto da polícia próximo a andradas,o policial disse que nada poderia fazer por mim..Só nos restou ir até o hps,limpar as feridas engolir o choro e lamentar..
se não fosse o luis me defender e se ferir por conta disso,talvez hoje estivesse morta tamanha violência do senhor homofóbico!
 
A POLÍCIA NOS DIZ QUE NADA PODE FAZER..
E AGORA EU FAÇO O QUE?? DEIXO DE SAIR NA RUA°?
ATÉ QUANDO VOU SER REFÉM DE TUDO ISSO?
CADÊ A UNIÃO DA CLASSE LGBTT NUMA HORA DESSAS QUE SÓ ALARDA E PEDE DIREITOS MA S NÃO É CAPAZ DE AJUDAR OU SE SOLIDARIZAR COM A GENTE!
ESTOU COM NOJO DE TUDO ISSO!
 
Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa


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