Controverso e sucesso absoluto, o ator e humorista Paulo Gustavo falou mais uma vez, ao ser perguntado, sobre sua homossexualidade. Em entrevista publicada na coluna do Bruno Astuto neste final de semana no site da revista Época, o ator das peças 220 Volts, HiperAtivo, apresentador do Prêmio Multishow e integrante do humorístico Vai que Cola reafirmou que é contra levantar bandeiras.
No ano passado ele afirmou: “Eu não teria problema em falar se sou gay ou se sou hétero. Mas acho que ficar levantando bandeira para esse assunto é que gera o preconceito. Eu sou contra a Parada Gay, acho que não tem que ter isso. Não existe Parada Hétero. Acho que, com isso, a gente fica só valorizando os idiotas”.
Este ano ele foi mais ameno mas deu a indicar que está satisfeito com o que acredita ser a sua contribuição com o tema. “Não me sinto pressionado a levantar bandeira gay e não preciso falar da minha vida pessoal para debater a homossexualidade e o preconceito. Só o fato de fazer uma peça vestido de mulher, abordar esses temas árduos, fazer essa peça ser um fenômeno, já é um ato político. Gostaria que, com a minha arte, pudesse contribuir de alguma forma. Tenho um público infantil, que são os cidadãos do futuro, e de idosos, que já têm suas opiniões formadas, muito grande e se puder modificar um pouco a cabeça de quem está me assistindo, ficaria muito feliz. Se estou com o Thales ou não, isso só diz respeito a mim. Não preciso falar da minha vida pessoal para debater a homossexualidade e o preconceito. Falo e critico esses temas através da minha arte, com meus personagens: essa é minha contribuição para a causa gay”, defendeu o artista.
Acusado de ser estrela, ele valou ainda sobre negar tirar selfies a todo momento com os fãs. “Se estou no aeroporto, tiro 100 fotos com fãs entre a minha chegada, embarque e a entrada no avião. Mas se disser ‘não’ para alguém porque corro o risco de perder o voo, por exemplo, essa pessoa vai me odiar para sempre. Não tem jeito de agradar todo mundo, alguém vai sempre dizer: ‘fui entrar no avião, quis fazer foto com o Paulo Gustavo e ele não olhou na minha cara’. Mas não é bem assim: eu estava no limite da hora de entrar no avião, entendeu? O público tem que entender que nós, artistas, também estamos nos acostumando com essa era dos celulares com câmera, onde todos querem foto o tempo inteiro. Antigamente, quando o Miguel Falabella, a Regina Casé, a Deborah Bloch e a Fernanda Torres, por exemplo, iam para a rua, eles não passavam por isso porque não tinha esse volume de câmeras. Hoje a gente se incomoda não é porque é ruim, chato ou está se achando, é porque não estamos sabendo como lidar com esse novo momento”, desabafou Paulo Gustavo.