Chelsea Manning é uma mulher trans que serviu ao exército dos Estados Unidos quando ainda não tinha passado pela transição. Ela foi presa e condenada a 35 anos de prisão em 2013 por ter vazado informações secretas do Departamento de Inteligência do Exército dos Estados Unidos, informações que revelavam torturas em presídios, conspirações internacionais e planos armamentistas. Agora, depois de meses sem receber o tratamento recomendado em Abril e de uma greve de fome de 5 dias este mês, ela será a primeira pessoa trans a ter o direito de passar pelo processo de transição dentro de uma cadeia no país.
A delatora do WikiLeaks já havia tentado se suicidar neste ano por, segundo ela, estar recebendo tratamentos grotescos e inadequados dentro da prisão. Vale lembrar que mesmo se identificando como mulher, ela é mantida em uma cadeia masculina em Fort Leavenworth, Kansas. A greve de fome começou no dia 09 de setembro e foi terminar no dia, 13, após a confirmação do Exército de que a detenta teria direito ao seu tratamento.
O Exército garantiu que começaria a ministrar a medicação recomendada pelos médicos de Manning e que ela receberá o tratamento hormonal e a opção de readequação sexual, além de poder manter o cabelo comprido. “Eu estou aliviada pelo exército finalmente fazer a coisa certa (…) Mas é difícil não questionar o motivo para ter demorado tanto tempo. Assim como, por que medidas tão drásticas foram necessárias?”, questiona Manning em uma declaração feita por meio de seus advogados.
O Exército não deu mais informações sobre datas e nem os procedimentos. Manning está feliz e acredita que o caso abre um precedente para milhares de pessoas trans que são incompreendidas em seus ambientes de trabalho e vivência.
