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Concurso Miss USA tem a sua primeira competidora transgênero e ela é formidável

Redação Lado A 12 de Setembro, 2017 23h11m

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Anita Green, 26, é a primeira mulher transgênero a participar do concurso Miss USA, no Estado de Montana, nos Estados Unidos. O evento de beleza que aconteceu no sábado dia 9 de setembro, classifica mulheres a partir de critérios estéticos e elenca as vencedoras para outras etapas que, se vencidas, levam ao concurso do Miss Universo, o mais importante e almejado concurso de beleza do mundo. 
 
A participação no Miss USA não é a primiera conquista importante de Anita Green. No ano passado, a competidora se tornou a primeira pessoa trans eleita como membra executiva de Missoula, Montana. Devido a esse acontecimento, Anita não participou do concurso de Miss antes por não sentir-se preparada, no entanto, após a eleição de Donald Trump como presidente do Estados Unidos mesmo conhecido por suas ideologias conservadoras, a candidata sentiu-se motivada a conquistar seu espaço enquanto mulher transgênero. Pouco tempo após ser eleito, Trump proibiu os trangêneros de servirem ao Exército, sob o argumento de que a instituição possuiria muitos gastos com hormonização, o que, na realidade, dispende de quantidades ínfimas do orçamento do Estado. 
 
Anita fez declarações públicas para angariar votos, argumentando a importância de promover a representatividade de pessoas trans no concurso, e ainda, destacou seu pioneirismo. “Eu incentivaria o público a votar em mim porque eles estariam desempenhando um papel ativo na história.”, declarou a participante, que também lamentou a falta de pessoas como ela nas competições de beleza.
 
“Nunca houve uma mulher abertamente transgênero para ganhar um título estadual nos Estados Unidos. Eu ficaria honrada em ser a primeira!”. A competidora vinha se preparando para o concurso há algum tempo, segundo suas declarações para a imprensa, Anita contratou um personal para fazer exercícios e seguir uma dieta. Além disso, por não ter tantos conhecimentos de maquiagem, optou por estudar através de tutoriais acessados no Youtube. 
 
Durante sua vida, Anita passou por sérios momentos depressivos, em que não aceitava sua transexualidade. A participante acreditava que sua condição era algo sujo e pecaminoso, e, somente aos 17 anos de idade obteve informações sobre transgêneros e conseguiu assumir-se com tal. Passou a hormonizar-se desde os 19 anos e vem lutando nos espaços políticos e sociais para o reconhecimento das pessoas trans como legítimas cidadãs que são.  
 
Infelizmente, Anita não recebeu a coroa, que é direcionada às vencedoras do concurso. Por outro lado, revelou ter entrado na competição como ativista para incentivar que outras pessoas trans sejam representadas e participem de espaços que lhe são de direito. “Espero que competir inspire outras pessoas transgêneros para se sentir confiante em si mesmas e se sentir confortável em ser quem são e não ter vergonha do status de transgênero”, reiterou em declaração à revista People. No final do evento de premiação, Anita foi agraciada pelo público e pelas demais competidoras, e ficou muito feliz com o reconhecimento que conquistou mesmo que não tenha se classificado no concurso. 
 
 
Redação Lado A

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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