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MASP expõe mais de 200 obras sobre história da sexualidade e gênero

Redação Lado A 17 de Outubro, 2017 21h56m

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Aguardando a polêmica característica do contexto conservador da país, a exposição Erótica entrou em agosto em cartaz no Museu de Arte de São Paulo, o Masp. A mostra é de autoria do artista pernambucado Pedro Correia de Oliveira que junto com outros artistas compõe uma série de exposições sobre a história da sexualidade. Na próxima semana, o MASP abre a mostra História da Sexualidade, que promete por fim à discussão de nudez e arte que tomou o país neste semestre.

Anita Malfatti, Francis Bacon, Edgar Degas, Pablo Picasso, Cícero Dias, entre outros artistas consagrados, também estarão presentes no museu em obras clássicas. O curador Adriano Pedrosa confirma que “O público poderá observar mais de 200 obras do acervo do museu com “Corpos Nus, Totemismos, Religiosidade, Performatividade de Gênero, Jogos Sexuais, Mercado de Sexo, Linguagens e Voyeurismo.”. Serão mais de 200 obras entre coleções nacionais e internacionais. A maior parte das obras ocupará o primeiro andar do Masp e estarão divididas totalizando oito temáticas como aquelas citadas pelo curador Adriano. As imagens conterão representações de órgãos sexuais, explicitamente exibidos com seus falos, seios, vulvas e pêlos. 

“O sexo é parte integral de nossa vida e, sem ele, sequer existiríamos. Por isso, a sexualidade tem desde sempre ocupado lugar central no imaginário coletivo e na produção artística. A exposição Histórias da sexualidade traz um recorte abrangente e diverso dessas produções. O objetivo é estimular um debate — urgente na atualidade —, cruzando temporalidades, geografias e meios”, diz a sinopse da exposição.
 

A mostra está prevista entre os dias 20 de outubro de 2017 a 14 de fevereiro de 2018 e vem num momento de grande discussão moralista sobre manifestações artísticas que abordam a sexualidade. A onda conservadora do Brasil, íntimamente ligada a preceitos religiosos, desencadeou na mídia e nas redes sociais a perseguição e censura de artistas contemporâneos que abordam a sexualidade e gênero. Mesmo com toda a nudez e menções sexuais previamente criticadas por fundamentalistas, a exposição traz relexões intrínsecas à interpretação artística. As obras “representam tanto uma crítica ao consumo de massa quanto uma reflexão acerca do papel da mulher na sociedade. Estarão expostos corpos femininos, masculinos, trans e travestis de diferentes belezas e padrões, que podem “suscitar reações de repulsa e abjeção, desejo e encantamento”, coforme explicou a também curadora Camila Bechelany. 
 
Recentemente, as redes sociais agitaram uma discussão sobre exposições com nudez. Uma manifestação artística do Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM, viabilizou uma perfomance em que um artista se apresentou nu. Algumas crianças interagiram com a apresentação, tocando o homem. Mesmo que avisados sobre as cenas de nudez, os responsáveis trouxeram crianças que tocaram o artista longe das partes íntimas, acontecimento que foi suficente para levantar discussões e acusações sobre pedofilia. O cancelamento da exposição Queermuseum foi outro momento de censura que a arte enfrentou no país, no mês passado. Até Curitiba teve uma exposição criticada por conta de microfilmes de homens nus. A classificação etária da exposição do Masp é livre, o que configura a liberdade familiar em levar crianças à exposição. Na legislação não há proibição mas classificação indicativa aplicada aos programas de massa para conteúdos não indicados. Em museus, o aviso é facultativo e a classificação etária não se aplica.

Na imagem, quadro de Jean-Auguste-Dominique Ingres – Angélica Acorrentada, que tem similar exposto no Louvre.

 

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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