O Paraná deu esta semana um grande passo para se tornar o sexto estado do país a oferecer cirurgias do processo transexualizador, desde 2008 autorizado pelo SUS . O Governo do Estado vai viabilizar a realização de cirurgias relacionadas ao processo transexualizador por meio de habilitação do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná junto ao Ministério da Saúde.
Atualmente, apenas cinco estados brasileiros contam com centros hospitalares credenciados para realização de cirurgias de redesignação sexual (mudança de sexo): Rio Grande do Sul, São Paul, Goiás, Rio de Janeiro e Pernambuco. Após o processo de credenciamento, o HC poderá realizar procedimentos de redesignação sexual (mudança de sexo), mastectomia (retirada da mama), histerectomia (retirada do útero) e receber pelo SUS o valor dos serviços, um importante passo para a sustentabilidade do complexo hospitalar que vem enfrentado dificuldades nos últimos anos.
“Nós abrimos nossas portas com o objetivo de melhorar as questões relacionadas à transexualidade, pois tudo que tem algum impacto na vida dos cidadãos paranaenses, nós temos que resolver. Vamos aproveitar a disponibilidade de HC e não permitir que o conservadorismo atrapalhe o que diz respeito à saúde pública”, salienta o secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto, que anunciou nesta segunda-feira, dia 23, a novidade.
Apesar da boa notícia, o credenciamento não deve mudar tanto a fila de espera que no Brasil chega a 16 anos até 2019. O processo de capacitação da equipe e credenciamento é demorado. Ainda, as pacientes precisam ser maiores de 18 anos e passar por dois anos de acompanhamento antes da realização dos procedimentos cirúrgicos. Quem realiza atualmente o acompanhamento na cidade é o ambulatório do Centro de Pesquisa e Atendimento para Travestis e Transexuais (CPATT), desde 2013, criadopelo Governo do Estado e que oferece acompanhamento médico e psicológico, e hormonioterapia para travestis e transexuais. Apenas no primeiro semestre de 2017, foram realizadas mais de 400 consultas médicas, 780 atendimentos psicológicos e foram dispensados mais de 43 mil compridos e 700 ampolas de hormônio. O cadastro do CPATT tem mais de 600 pessoas registradas.