Redação Lado A | 04 de Julho, 2018 | 20h29m |
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A Venezuela está enfrentando uma grave crise de Saúde devido à falta de medicamentos para tratamento do HIV. Estima-se que a escassez esteja assolando a comunidade do país desde 2009, problema causado por uma crise econômica e política. Com esse cenário desesperador, milhares de venezuelanos vêm protestando nos últimos anos pelo direito de receber a medicação.
Segundo informações da Rede Venezuelana de Pessoas Positivas, mais de 80 mil pessoas que possuem o vírus HIV estão vulneráveis devido à falta de medicamentos. Para a Federação Farmacêutica Venezuelana (Fefarven), a situação está crítica pois coloca em grande risco a vida de pacientes com doenças crônicas.
Ainda de acordo com a Fefarven, a população está sofrendo mais com a falta de abastecimento. Antes do fechamento de inúmeras farmácias no país, as prateleiras já estavam vazias. Esse cenário se dá porque o governo não consegue regular suas relações de importação. A falta de incentivo para a produção local também agrava esse problema, porque o Estado não garante o fornecimento de matéria-prima pelo fato de não autorizar algumas importações de material. Por outro lado, a população também não consegue comprar os poucos medicamentos importados que chegam com uma alta carga tributária.
Os problemas econômicos são as principais causadores do problema. Desde 2013, quando o presidente Nicolás Maduro assumiu as rédeas do país, os problemas que antes já não eram poucos, se agravaram. A população começou a sentir falta de produtos de primeira necessidades e explodiram grandes manifestações.
A falta de medicamentos para HIV agravam a doença e abre brecha para outras infecções. Junto dos soropositivos, estão os diabéticos e hipertensos que também estão sofrendo os efeitos da crise. Doenças de menor ocorrência ainda podem contar com medicamentos disponíveis, mas não se sabe por quanto tempo. A população teme pelo número de mortes em decorrência da falta de medicamentos tal como acontecia nos anos de 1980, quando a Aids ainda não contava com os tratamentos de hoje.
A Articulação Nacional de Aids (Anaids) publicou uma carta em apoio aos cidadãos venezuelanos. Endossada por outros movimentos de luta contra a Aids, a instituição lamentou a forte crise da Venezuela. Essa situação está resultando na morte de milhares de cidadãos soropositivos e causa desespero na população.
A carta da Anaids atentou para o número de refugiados que estão lutando para encontrar socorro no Brasil. O estado de Roraima, fronteira com a Venezuela, tem registrado cada vez mais imigrantes. Diante disso, a Anaids está solicitando ao governo do Brasil que tome as medidas possíveis para acolher os refugiados venezuelanos.
Fugindo da crise de seu país, muitos cidadãos venezuelanos chegam ao Brasil com problemas de documentação e passam a viver em situação precária. Abuso sexual, falta de moradia, explorações trabalhistas e demais violações de direitos humanos são enfrentados pelos imigrantes.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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