MP instaura inquérito para investigar jogo “Bolsomito 2K18”

Redação Lado A 11 de Outubro, 2018 15h59m

A Aliança Nacional LGBTI+ fez uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF) contra o jogo “Bolsomito 2K18”. Lançado recentemente, o game incita os seus usuários à violência através de um avatar do candidato Jair Bolsonaro (PSL). No jogo, o usuário pode controlar o personagem do candidato para matar minorias. Negros, mulheres, nordestinos, LGBTs e integrantes de movimentos sociais são os alvos.

Nesta quarta-feira, 10 de outubro, o Ministério Público Federal abriu um inquérito para investigar a empresa criadora do game. A ação de investigação da empresa BS Studios começará do ponto de vista de que o jogo fere os Direitos Humanos. Por outro lado, o promotor Frederico Ceroy, responsável pelo caso, também considera o fato como tentativa de prejudicar a candidatura de Bolsonaro.

Lançado dois dias antes das votações do primeiro turno, o jogo já é muito comentado na internet. Os interessados podem adquirir através da plataforma Steam, que também já foi notificada pelo MP. A dona da empresa que disponibiliza o jogo é a Valve Corporation. A companhia também foi intimada a fornecer dados cadastrais dos responsáveis pelo “Bolsomito 2K18”.

Aliança Nacional LGBTI+

De acordo com a Aliança Nacional LGBTI+, entidade que realizou a denúncia ao MP, o jogo prejudica o processo eleitoral. Para Toni Reis, presidente da organização, o brasil vive em uma democracia na qual não deve ser tolerada qualquer tipo de discriminação ou preconceito. Reis argumentou ainda que “Bolsomito 2K18” incetiva a violência contra as minorias, o que configura crime.

Nos últimos dias, devido às fervorosas discussões políticas, está crescendo a onda de violência contra minorias no Brasil. A Aliança Nacional LGBTI+ já declarou que recebeu várias denúncias de violação de direitos humanos motivados por política. Entre as denúncias estão agressões, perseguições, ameaças e morte.

Diante das denúncias, a entidade está levando os casos para outros órgãos como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e ao Conselho de Direitos Humanos da ONU. A entidade orienta ainda que as vítimas não deixem de denunciar e procurar ajudar caso sofram qualquer tipo de agressão.

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