Redação Lado A | 08 de Outubro, 2018 | 19h13m |
COMPARTILHAR |
TAGS |
Assim como nas eleições de 2014 o povo nordestino e LGBT estão sofrendo ataques nas redes sociais. Responsáveis pela maioria dos votos contra o fascismo, o povo nordestino é culpabilizado pela rejeição de alguns candidatos. No caso de Jair Bolsonaro (PSL), declaradamente xenofóbico, racista, machista e LGBTfóbico, não foi diferente.
No primeiro turno das eleições de 2018 os ânimos já estavam alterados entre seguidores de Bolsonaro e eleitores de outros candidatos. A maioria dos eleitores do sul e sudeste votaram em peso em candidatos de direita, como Jair Bolsonaro. Já o Nordeste, assim como nas eleições de 2014, colocaram o candidato Fernando Haddad (PT) no segundo turno contra Bolsonaro.
Após o resultado das eleições, começaram nas redes sociais e nas ruas os ataques contra negros, nordestinos e LGBTs. No Twitter as ofensas começaram logo após a apuração das urnas. De tantas menções, o assunto sobre nordestinos foi para o Trending Topics do Twitter. A maioria das postagens eram ofensivas e racistas.
“Nordestino é uma desgraça”, “baiano nem é gente”, “campos de concentração para baianos já”. Essas foram algumas das postagens nas redes sociais contra o povo nordestino. A prática configura xenofobia, crime previsto pela Lei nº 7.716/1989. Nas eleições de 2014 algumas pessoas foram detidas devido aos ataques nas redes sociais.
O ódio foi tamanho nessas eleições que resultou até mesmo em morte. Em Salvador, o mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, de 63 anos, foi morto a facadas após declarar seu voto em Fernando Haddad (PT). O homem foi vítima de doze facadas desferidas por um eleitor de Jair Bolsonaro neste domingo, 7 de outubro.
Assim como os nordestinos, a comunidade LGBT também está sofrendo ataques e atentados. Diante das inúmeras manifestações de eleitores de Bolsonaro, a simples existência de pessoas diferentes já é motivo para ataques. Pessoas estão sendo vitimadas nas ruas e nas redes sociais, enquanto o medo da impunidade só cresce.
As posições de Bolsonaro sempre foram contrárias aos direitos LGBT. Sob o argumento de que o grupo quer “privilégios”, o candidato incentiva a tortura e morte dessa população. Seus seguidores entoam gritos que falam sobre a morte de LGBTs no país que já é líder nas estatísticas de violência.
Um internauta disse que está recebendo ligações de um número privado ameaçando de morte. As ligações seriam de um eleitor de Jair Bolsonaro exigindo que ele pare de postar contra seu candidato. Já a travesti Daniela Andrade, militante dos direitos trans, recebeu ameaças pela internet. Um homem expôs o seu perfil nas redes sociais e a ameaçou de agressão e morte.
É possível denunciar os ataques xenofóbicos e LGBTfóbicos pela internet de algumas formas. Uma delas é através do site Safernet que recebe denúncias de racismo, xenofobia, intolerância religiosa, neonazismo, homofobia, apologia ao crime, entre outros. Além disso, também é possível realizar denúncias através do site do Ministério Público Federal.
Denúncias também podem ser feitas e visualizadas no site Mapa da Violência Eleitoral 2018.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
COMPARTILHAR |
TAGS |