Redação Lado A | 03 de Novembro, 2018 | 12h33m |
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O governo da cidade Dar es Sallam, Tanzânia, na África, está perseguindo a comunidade LGBT e ameaçando de prisão. No país a homossexualidade é criminalizada e pode ser punida com até trinta anos de cárcere. Na última semana, o governador de região de Dae es Sallam, Paul Makonda, incentivou os habitantes a denunciarem os LGBTs da cidade para que o governo tome providências.
De acordo com Makonda, a cidade está cheia de homossexuais que mesmo clandestinos, se articulam também pela internet, onde o governo também está realizando buscas e armadilhas. Além disso, o líder pediu para que a população denuncie os homossexuais diretamente ao governo. Desde o início da operação, o governo já recebeu mais de 6 mil denúncias.
A imprensa e alguns ativistas revelaram que uma simples acusação é suficiente para uma pessoa ser presa. Pessoas na rua são acusadas de serem homossexuais e imediatamente reprimidas pela população. Além das agressões que sofrem das pessoas, a polícia é chamada para levar o indivíduo preso. Esse processo acontece mesmo sem nenhuma investigação sobre a suposta homossexualidade do acusado.
Mesmo com as inúmeras manifestações de repúdio de ativistas e outros países, Makonda não volta atrás. De acordo com suas palavras, é preferível decepcionar outros países do que a Deus. Dentre as organizações que apelam para que a perseguição tenha fim está a Anistia Internacional. Para o diretor da organização, Joan Nyanyuki, o ataque a uma parcela da população tão discriminada é inadmissível e “perigoso”.
A lei na Tanzânia que condena a homossexualidade tem origem ainda nos tempos coloniais. A Lei de Disposições Especiais de Ofensas Sexuais, de 1998, é baseada no Código Penal de 1945, que por sua vez foi criado em concordância com o domínio colonial britânico. De acordo com a legislação, não é permitido o “contato carnal contra a ordem da natureza”.
A lei que pune a homossexualidade é muito antiga, mas a Tanzânia mantém suas tradições homofóbicas. Desde a eleição do presidente John Magufuli, em 2015, a repressão se intensificou no país. Religioso, Magufuli determinou uma maior repressão contra a comunidade LGBT não só nas buscas para prender, mas em atitudes que anulam a cidadania dessa população. Um exemplo disso é que em 2017, vários locais de testagem e tratamento de HIV foram fechados.
Dentre as demais posições polêmicas do presidente, também está a opressão contra as mulheres. No ano passado, Magufuli declarou para a imprensa que não permitiria mais que mulheres grávidas frequentassem a escola.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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