Defensor LGBTI, prefeito polonês Pawel Adamowicz é assassinado em público

Redação Lado A 16 de Janeiro, 2019 16h05m

Vigílias de luto pela morte do prefeito polonês Pawel Adamovbicz, de 53 anos, estão lotando as ruas da cidade de Gdansk. Adamowicz era defensor da comunidade LGBTI e no momento em que foi morto estava em um evento beneficente. O prefeito chegou a ser socorrido no local, mas não resistiu aos ferimentos de faca. O crime aconteceu em 14 de janeiro e gerou comoção nacional.

Pawel Adamowicz participava de um evento beneficente. O objetivo era angariar fundos para comprar equipamentos hospitalares que são usados no tratamento de crianças. O prefeito estava no palco assistindo a contagem regressiva para os fogos de artifício quando foi atacado pelo criminoso. Diante de milhares de pessoas que assistiam ao evento, o homem de 27 anos invadiu o palco e desferiu golpes de faca no peito do prefeito. Os ferimentos atingiram o coração e o pulmão.

Após esfaquear o prefeito, o homem andava de um lado para o outro no palco, agitando os braços em sinal de vitória. Ele segurava a faca ensanguentada de 15 centímetros. O criminoso ainda pegou o microfone e disse que, quando foi preso injustamente pelo governo liderado pela Plataforma Cívica, foi torturado. “É por isso que Adamowicz vai morrer”,  disse. O prefeito era ex-membro do partido acusado de tortura pelo assassino.

O homem foi imediatamente detido pela polícia. Médicos tentaram reanimar Adamowicz no local do crime. Levado ao hospital, foi submetido a procedimentos de emergência. Os médicos disseram que cada minuto era decisivo e que o estado era muito delicado. O prefeito precisou de várias bolsas de sangue, mas não resistiu e morreu.

Causas

O homem que desferiu os goles de faca foi identificado como Stefan W. Ele supostamente teria algum distúrbio mental, segundo análise de médicos da polícia. O criminoso ficou preso durante cinco anos e foi solto em dezembro de 2018. O motivo da prisão seria assalto à mão armada. De acordo com a polícia, essa foi a mesma detenção a qual ele se referiu no palco culpando o ex-partido do prefeito.

Apesar da grande tragédia causada pelo criminoso, a Polônia vive uma grande tensão política. Em consequência dessa polarização, surgiu uma grande onda de violência. O partido de Adamowicz é oposição ao governo vigente no país, de extrema direita. Além disso, o prefeito era defensor de causas libertárias como o casamento LGBT e ensino de gênero e sexualidade nas escolas.

Adamowicz era prefeito de Gdansk desde 1998 e sofria uma forte pressão da oposição devido aos seus posicionamentos com relação aos LGBT e migrantes. Em 2018, um grupo de extrema direita divulgou uma lista de óbito falsa com o nome de vários oponentes políticos. Dentre esses nomes, estava o de Adamowicz. A polícia não deu sequência as investigações dessa lista por não considerar que aquilo incitava o ódio.

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