Por lei transfóbica, Netflix cancela produção de série na Carolina do Norte

Redação Lado A 16 de Janeiro, 2019 15h49m

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O serviço de streaming Netflix desistiu de gravar mais uma de suas produções em um estado dos EUA. Em virtude de transfobia, a Netflix descartou a Carolina do Norte. O estado poderia injetar recursos em sua economia com os investimentos da empresa e geração de empregos. No entanto, no local existe uma lei que desrespeita, em específico, a população trans.

A lei foi instituída em 2016 e segundo suas normas pessoas trans não teriam direito a usar o banheiro de acordo com o gênero identificado. A lei se aplica aos banheiros de estabelecimentos públicos, impedindo assim a cidadania da população trans. Antes de deixar a presidência dos Estados Unidos, Barack Obama deu instruções para a manutenção dos direitos de pessoas trans. Por outro lado, assim que Donald Trump assumiu, os estados ficaram livres para decidir sobre o assunto.

Na Carolina do Norte, a lei permaneceu de forma a segregar as pessoas trans com relação ao uso do banheiro. Apesar de ter sofrido algumas alterações nos últimos meses, a lei permanece prejudicando essa população. Além disso, as novas emendas à lei não permitem que as cidades da Carolina do Norte promovam políticas públicas de inclusão e proteção de LGBTs até 2020.

Desistência

Ao tomar conhecimento da lei, os produtores do drama OBX suspenderam imediatamente as gravações. Por hora, a filmagem será realizada na Carolina do Sul. De acordo com a Netflix, a produção custaria 60 milhões de dólares. Em entrevista para o The Hollywood Reporter, o diretor Guy Gaster disse que a gravação seria um grande projeto de desenvolvimento econômico local. Já para Jonas Prate, criador da produção, a lei da Carolina do Norte está impedindo que muitos habitantes consigam bons postos de trabalho durante as gravações, conforme declarou ao jornal The Fayetteville Observer.

A atitude da Netflix em suspender as gravações na Carolina do Norte gerou elogios de frentes LGBT do local. Essa não é a primeira vez que os EUA perdem oportunidades de desenvolvimento econômico através de produções artísticas. Há um ano o estado da Georgia aprovou uma lei que tornaria legal a proibição da atuação de casais do mesmo sexo em séries e filmes. Diante dessa norma, a Netflix, assim como outros grandes estúdios, suspenderam contratos e gravações no estado.

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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