Professor ativista LGBTI morre vítima de espancamento em Ouro Preto

Redação Lado A 18 de Janeiro, 2019 18h57m

O professor Haroldo de Paiva Pereira, de 60 anos, faleceu na manhã de quinta-feira, 17 de janeiro. Ele estava internado no Hospital de Pronto Socorro João XXII, vítima de espancamento. Pereira foi encontrado dentro de casa com ferimentos na cabeça e rosto, no dia 13 de janeiro.

Ao chegar ao local, a Polícia Militar prestou socorro ao professor e conseguiu deter o agressor logo depois. O homem foi preso em sua residência e já tinha passagens pela polícia. Ao ser preso, o criminoso confessou que espancou o professor, no entanto, não revelou os motivos do crime.

Amigos, familiares e alunos de Haroldo lamentaram a morte do professor. Ele era muito conhecido por lutar contra a LGBTfobia e muito respeitado profissionalmente. Haroldo era professor do Instituto Federal de Minas Gerais, na cidade de Ouro Preto. Profissional de Artes, a vítima era coordenador de projetos artísticos na instituição em que lecionava.

O crime

A Polícia Militar informou que foi chamada no local depois que uma vizinha reparou que a porta da residência de Haroldo estava aberta. Após constatar o crime, a polícia começou a investigação na busca de testemunhas. A principal linha de investigação acredita em latrocínio, isto é, roubo seguido de morte. No entanto, outros ativistas e familiares de Haroldo apontam a homofobia como motivação do crime.

Testemunhas contaram que Haroldo foi visto um dia antes do crime em um bar. O professor estava acompanhado do suspeito, que era conhecido de Haroldo. O homem foi identificado pela polícia como Rafael Luis Oliveira Fernandes Ferreira.

Apesar de terem se encontrado no bar, a investigação descobriu que eles não saíram juntos do local. Com base no depoimento de outras testemunhas, os policiais souberam que eles se encontraram novamente após sair do bar e só então seguiram para a casa de Haroldo. A vítima e o criminoso teriam chegado à residência na moto do professor, que depois foi roubada por Rafael.

Conduzido à Delegacia de Outro Preto, Rafael Luís confessou o crime e disse que o motivo seria um desentendimento. Na casa do professor, os dois teriam começado uma briga, mas não se sabe ainda o motivo desse atrito. Nesse momento, Rafael desferiu vários golpes no rosto e na cabeça do professor.

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