Redação Lado A | 01 de Fevereiro, 2019 | 00h56m |
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Dan Reynolds, vocalista da banda Imagine Dragons, mais uma vez se posicionou como aliado da comunidade LGBTI+. Dessa vez, Dan declarou que é necessário realizar algumas mudanças sociais e religiosas para evitar o suicídio entre jovens dessa comunidade. Criado dentro da religião mórmon, Dan já presenciou alguns casos de depressão entre amigos que se sentiram pressionados pelo dogmatismo religioso.
O vocalista da Imagine Dragons também entende que falar pela comunidade LGBT+ não é sua função. Por outro lado, ele considera importante esse apoio. O artista se interpreta como um homem branco e heterossexual, detentor de privilégios dentro da sociedade. Geralmente, no mundo artístico, são mulheres que se posicionam a favor da comunidade LGBT. Então, quando um homem demonstra seu apoio, a tendência é que ele seja ainda mais elogiado, pois é rara a manifestação masculina em defesa dos LGBTs.
Para Dan, no entanto, é importante se posicionar em prol das minorias mesmo que isso resulte, além dos elogios, na perda de fãs e admiradores. Como privilegiado, o cantor disse que não pode se omitir diante de todo o preconceito sofrido pela comunidade LGBT. Além de se reconhecer na posição de heterossexual e branco, ele admitiu que a religião também tem sua influência na segregação de pessoas que fazem parte de minorias.
Com o poder da fama nas mãos, Dan disse que não pode apenas fechar os olhos para uma realidade mesmo que ela não o afete diretamente. Conhecido no mundo todo, o artista considera que sua imagem influencia o comportamento de pessoas. Dessa forma, ele pode usar a fama para tornar o mundo melhor e mais inclusivo.
Dan Reynolds foi criado na religião dos mórmons. Aos doze anos começou a questionar a noção de pecado de sua denominação. Ele tinha um amigo que era gay, prática muito condenada dentro de sua religião. O questionamento começou quando ele percebeu que esse amigo era uma das melhores pessoas de sua vida. Por isso, seu amor não deveria ser condenado.
Depois do primeiro questionamento, que foi com relação à comunidade LGBT, o próprio artista sentiu a opressão dentro da religião. A denominação, assim como as relações homossexuais, condenava o sexo antes do casamento. Aos 19 anos, Dan foi expulso da faculdade porque dormia com sua namorada com quem estava há quatro anos. Esse episódio, que segundo o artista foi muito humilhante, serviu para ele experimentar um pouco do que seria ter qualquer prática de sua vida questionada.
Esses dois fatos de sua vida serviram para Dan entender as questões moralistas de sua religião. Esse contexto levava inúmeros jovens à depressão e, consequentemente, ao suicídio. O artista comparou a vergonha que sentiu no acontecimento com a namorada com o sentimento de LGBTs condenados pela religião. No entanto, ele entende que o sofrimento de pessoas homossexuais é muito maior. Conforme relatou o cantor, LGBTs não são aceitos na religião ou por seus seguidores em nenhuma circunstância.
“Trata-se de reunir todos para entender as diferenças e fazer mudanças, porque no final das contas isso é sobre a juventude LGBTQ e a redução da taxa de suicídio. Precisamos impedir que essa culpa religiosa mate nossa juventude, ponto final, e todos devem concordar com isso.”, disse em entrevista para a revista Gay Times.
Em 2018 Dan Reynolds lançou o documentário Believer, dirigido por Don Argott. O filme conta como o artista interpretou a atuação da comunidade LGBT dentro de sua religião. O documentário é baseado em estatísticas que dizem que a principal causa de morte dos jovens com idades entre 10 e 17 anos é o suicídio. De acordo com o documentário, esses casos eram provocados pela influência religiosa.
Believer aborda a religião Mórmon em Utah, estado dos EUA onde Dan organizou o LoveLoud Festival. Esse evento tinha o objetivo de apoiar entidades que defendem os direitos de LGBTs. Através do festival anual promovido pelo cantor, foi possível arrecadar mais de um milhão de dólares para essas entidades somente em 2018.
Aya Volkman, companheira de Dan, também ajudou na produção do documentário. O cantor conta com orgulho que ela o inseriu no ativismo em favor da comunidade LGBT+. Antes de se unir a Dan, Volkman era amiga de um casal de lésbicas. Juntas elas faziam intervenções em favor dos LGBT+. A luta era contra a imposição dos mórmons que impediam o casamento homoafetivo.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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