Redação Lado A | 18 de Fevereiro, 2019 | 18h58m |
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A transexual Bárbara Brasil teve o braço amputado após sofrer um ataque transfóbico. O crime aconteceu em dezembro do ano passado em um bar da Zona Norte de São Paulo. A vítima foi atacada no local por uma outra mulher identificada como Elza Lima, moradora da região onde está localizado o bar.
Essa não é a primeira vez que Elza se envolve em alguma confusão. No bairro Jardim Brasil, onde mora, ela é conhecida como uma mulher perigosa. No dia em que atacou Bárbara, testemunhas disseram que não houve nenhuma confusão. Por isso, a mulher atacou a vítima por motivo de transfobia.
Sangrando, Bárbara aguardou o socorro durante mais de uma hora no local. Depois, foi encaminhada para o hospital Mandaqui. Chegando no local, ficou em coma durante dez dias e quase faleceu pela excessiva perda de sangue. A mãe da vítima, Simone Maria Pereira, de 50 anos, contou que foram usadas várias bolsas de sangue. Além disso, a pressão de Bárbara chegou a ficar em 4 por 3.
Os médicos informaram que a agressão atingiu uma artéria da vítima e por isso ocasionou um grande sangramento. O quadro de Bárbara evoluiu para uma trombose e depois uma necrose. Os médicos precisaram grampear a artéria, o que dificultou a circulação de sangue na parte inferior do braço. Com o risco de uma infecção ainda maior que pudesse levar Barbará à morte, os médicos precisaram então amputar o braço direito da vítima.
Por volta das 22 horas do dia 1º de dezembro de 2018, Bárbara estava com alguns amigos no bar. A vítima era conhecida como uma mulher muito alegre e vaidosa. Bárbara trabalhava como faxineira nas casas da região e vendia perfumes de porta em porta. Num momento de descontração com amigos, foi covardemente atacada por Elza Lima.
Testemunhas contaram que Bárbara teria negado um cigarro para a criminosa. Famosa por sempre se envolver em brigas, a mulher implicou com a presença de Bárbara. Pessoas que estavam no local contaram que Elza proferiu xingamentos transfóbicos contra a vítima que se esquivou para não se envolver em briga.
Minutos depois, Elza saiu do bar e logo retornou com uma garrafa de vidro. Ela quebrou o objeto no poste que fica em frente ao bar e golpeou o ombro direito de Bárbara. O corte foi profundo e atingiu a artéria, fazendo com que a jovem perdesse muito sangue. Dias após o ocorrido, Bárbara está vivendo na base de remédios calmantes e antidepressivos.
A família pede por justiça e também considera que o crime foi motivado por transfobia. Elza Lima é esposa de um outro morador conhecido pelo apelido de “Índio” na região. Vizinhos disseram que a mulher teria mudado a cor dos cabelos para não ser reconhecida. De fato, nem ela ou o marido foram vistos no local após o crime. A polícia investiga o caso.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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