Marco Feliciano defende ministro gay no STF e diz que ex-deputado Jean Wyllys faz falta

Redação Lado A 24 de Julho, 2019 13h24m

O pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC) disse que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve ter um ministro gay. A declaração foi dada em entrevista para a Rádio Jovem Pan, que chamou o deputado para participar de seu programa “Pânico”, veiculado nesta segunda-feira, 22 de julho.

Durante o programa, Marco Feliciano disse que é necessário um ministro gay no STF. Essa declaração veio como exemplo para debater com a posição do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Recentemente, o presidente disse que o STF precisa de um “ministro terrivelmente evangélico”. Em contrapartida, para justificar a democracia, Feliciano disse que deveria também ter um ministro gay. “O que há de mais belo na democracia é a pluralidade, a diferença”, disse Feliciano.

Em outro momento do vídeo, Feliciano ironizou e ex-deputado Jean Wyllys, que deixou seu mandato no início deste ano. Preocupado com a perseguição política e ameaças que estava recebendo, Jean deixou seu cargo. Em substituição ao parlamentar, entrou para o legislativo o deputado David Miranda (PSOL), marido de Glenn Greenwald, jornalista responsável por denúncias contra Jair Bolsonaro e o juiz Sérgio Moro.

Sobre Jean, Feliciano disse inicialmente que o deputado não faz falta no legislativo. Segundo Feliciano, Wyllys era um deputado “pirotécnico”, que não lutava por seus ideais. O pastor disse ainda que o deputado se expressava mais nas redes sociais do que no parlamento. Por outro lado, em outro momento do vídeo, Marco Feliciano disse que “politicamente falando”, a ausência de Jean é ruim. Conforme declarou o pastor, a presença do deputado era necessária para o “debate de ideias”.

Homofóbico

Apesar das declarações aparentemente a favor da diversidade, Marco Feliciano é autor de muitas frases homofóbicas. Além disso, em meio ao debate sobre a criminalização da homofobia, no início desse ano, o pastor se mostrou contrário. De acordo com o deputado, a criminalização limitaria a atuação de evangélicos que comumente pregam contra a homossexualidade.

Em outros momentos de sua carreira política, Marco Feliciano já foi processado por racismo. No ano de 2011, o pastor disse que os africanos “descendem de ancestrais amaldiçoados por Noé”. Além disso, ele já declarou nessa mesma época que “gays têm podridão de sentimento”, o que, segundo o pastor, “levam ao ódio, ao crime e à rejeição”.

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