Biografia sobre travesti Dandara será lançada em Bienal Internacional do Livro no Ceará

Redação Lado A 21 de Agosto, 2019 11h36m

Dandara dos Santos, travesti brutalmente assassinada em 2017 em Fortaleza (CE), terá sua biografia publicada na XIII Bienal Internacional do Livro do Ceará. A obra “O Casulo Dandara” é de autoria de Vitória Holanda, policial civil amiga de Dandara e que participou das investigações sobre o caso.

Dois anos após a morte de Dandara, a obra sobre sua vida será lançada hoje em Fortaleza. De acordo com Vitória, haverá ainda uma roda de conversa na Bienal intitulada “Combate à violência contra LGBTs”. Esse debate também contará com a participação da escritora. Nessa roda, o contexto de violência contra LGBTs no Brasil, que vitimou Dandara, será discutido. Além disso, Vitória receberá a comunidade LGBT+ e distribuirá autógrafos.

Sobre o crime que matou sua amiga, Vitória comentou, inclusive no livro, que foi uma das primeiras a receber as filmagens. Na ocasião, um grupo de homens espancou Dandara até a morte enquanto registravam a ação em vídeo. No entanto, Vitória não quer retratar apenas a violência sofrida por Dandara, mas sim vários outros aspectos da sua vida. A escritora conversou com outras pessoas que conheceram Dandara e lembrou de elementos da infância que compartilhou com a amiga. “Era uma pessoa, tinha vida, merecia dignidade.”, disse.

A XIII Bienal Internacional do Livro do Ceará dura até o dia 25 de agosto, no horário de 10 à 22 horas. O lançamento do livro “O Casulo Dandara” será hoje, 21 de agosto, às 17 horas. O endereço é Avenida Washington Soares, 999 – Edson Queiroz, Fortaleza (CE). A entrada é gratuita.

O caso Dandara

No dia 15 de fevereiro de 2017, a travesti Dandara dos Santos foi espancada, apedrejada e morta a tiros. O crime aconteceu no bairro Bom Jardim, em Fortaleza (CE). Cinco homens são acusados de vitimar Dandara, filmar todas as agressões e divulgar o vídeo. Mas ao todo a investigação apontou até 12 envolvidos na ação. Desses, cinco chegaram a ser julgados.

Em 6 de abril de 2018 a Justiça condenou Francisco José Monteiro de Oliveira Junior, que atirou em Dandara, a 21 anos de prisão. Já Jean Victor Silva Oliveira, Rafael Alves da Silva Paiva e Francisco Gabriel dos Reis, cumprem pena de 16 anos pelas agressões. Por fim, Isaías da Silva Camurça cumpre 14 anos e seis meses de prisão por incitar os ataques.

 

 

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