Redação Lado A | 17 de Outubro, 2019 | 11h27m |
Uma proposta de lei do deputado Altair Moraes (Republicanos) limita a participação de pessoas trans no esporte. De acordo com o deputado, o critério biológico deve ser o único usado para definir a participação de atletas na modalidade feminina ou masculina. Assim, a atuação de pessoas trans no esporte fica limitada, visto que a identidade de gênero não está ligada a fatores biológicos.
O projeto de lei levantou protestos de diversos movimentos LGBT+ e da atleta Tiffany, que lidera a luta contra o projeto de Moraes. A jogadora de vôlei foi a primeira a participar da Superliga Feminina de Vôlei, em 2017. Agora, ela divide seu tempo entre o esporte e a luta nos tribunais contra a limitação de pessoas trans nesse meio.
A argumentação de Moraes é que mulheres trans têm o físico mais masculino e que por isso sairiam em vantagem em competições femininas. Por outro lado, o Comitê Olímpico Internacional (COI) já determinou a participação de transexuais na categoria de identidade de seu gênero. Para isso, a atleta deve atender a uma quantidade específica de uso de hormônios. Inclusive a participação de Tiffany nas competições é autorizada pelo COI.
De acordo com Tiffany, a medida de Moraes é uma forma de marginalizar pessoas trans. A atleta afirmou que os espaços sociais e de trabalho são sempre negados. Agora, a política brasileira quer excluir as trans também do esporte. Além disso, ela criticou que o projeto tramita em caráter de urgência na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP). “Urgência no estado deve ser educação, saúde e segurança pública”, afirmou.
Por fim, Tiffany considera o esporte importante para tirar pessoas trans do anonimato e marginalidade. Além disso, ela afirma que o esporte deve ser um espaço de igualdade e “o lugar onde se encontra respeito”.
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