Lésbica é agredida em banheiro do metrô de SP após ser confundida com homem

Redação Lado A 18 de Abril, 2022 16h51m

Uma jovem lésbica de 21 anos alegou ter sido agredida dentro do banheiro do metrô de São Paulo. O fato aconteceu em 11 de abril, quando a jovem entrou no banheiro feminino e foi confundida com um homem pelos seguranças. A vítima, a balconista Julia Mendes disse que foi retirada à força da cabine do banheiro feminino pelos seguranças do local.

Júlia Mendes faz parte do coletivo Máfia das Minas, de Mauá (SP). O grupo faz saraus e batalhas de conhecimento em pontos específicos de São Paulo. Na noite de 10 de abril, o coletivo realizou uma apresentação na Cedeca de Sapopemba e a violência lesbofóbica contra Júlia teria acontecido na volta para Mauá, na estação de Sapopemba.

De acordo com depoimentos das vítimas, o grupo estava na estação do metrô quando Júlia e um amigo foram ao banheiro. O rapaz, Renato, se dirigiu ao banheiro masculino, enquanto Júlia se direcionou ao feminino. Duas funcionárias do local chamaram a atenção de Júlia, afirmando que o banheiro para ela seria o masculino. Em coem uma tentativa de afirmar que sabia que seu banheiro seria ali, o feminino. No entanto as funcionárias, confundindo Júlia com um homem, resolveram comunicar os seguranças do local.

Segundo Júlia, os seguranças invadiram o banheiro quando ela estava usando a cabine. A vítima afirmou que já estava no vaso sanitário, com as calças abaixadas e urinando, quando os seguranças começaram a dar socos na porta exigindo a saída de Júlia do local. A porta foi arrombada e os seguranças teriam puxado a jovem para fora da cabine d0 banheiro.

Ao perceber a confusão, o amigo de Júlia, Renato, que estava no banheiro masculino ao lado, foi ajudar. Ao chegar no banheiro feminino, Renato encontrou os seguranças puxando e gritando com Júlia, mesmo depois de ter percebido que ela era uma mulher. Renato também teria avisado aos seguranças que a amiga era do sexo feminino, mas também foi hostilizado, ameaçado e agredido pelos seguranças.

Investigação

Júlia Mendes procurou a delegacia e prestou queixa, assim como outra amiga que também foi agredida ao filmar a situação. A ocorrência foi registrada na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI), da Polícia Civil de São Paulo.

O Metrô de SP se pronunciou sobre o caso e afirmou que “não compactua com nenhuma ação discriminatória e não vai tolerar qualquer desvio de conduta de seus funcionários”. A empresa afirmou ainda que os seguranças envolvidos no caso já foram afastados.

O máfia das Minas e outros coletivos LGBTQ+ realizaram atos de repúdio na manhã de segunda-feira, 11 de abril, na frente do metrô Sapopemba.

Veja o vídeo da agressão

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