Redação Lado A | 09 de Junho, 2022 | 19h55m |
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Dan Venturi, de 36 anos, é o criador da drag queen A Dita. Desde 2017 o artista começou a fazer drag no Rio de Janeiro, onde morou por onze anos. No entanto, Venturi já fazia performances em Curitiba há alguns anos que se tratava de um hobbie de experimentação, não profissional. Já em 2017 o artista começou a se aprofundar na arte drag e veio a oportunidade de começar a se profissionalizar na performance.
Venturi é formado em Teatro pela faculdade Cândido Mendes do Rio de Janeiro, o que deu a ele uma formação artística e afinidade com a cultura, já que também trabalhou com dança. Bailarino desde criança, o artista criou a drag A Dita a partir de todos esses elementos artísticos. A Dita é uma drag queen que trabalha a androginia, inspirada na pop star Madonna da época de suas turnês Erotica e Girlie Show em que a cantora apresenta uma arte de liberdade sexual. Essa sempre foi a base do trabalho de Venturi como drag, trazendo essa imagem da mulher com cabelo curto e elementos que representam a androginia.
Venturi sempre teve uma forte relação com o Teatro Rival Refit, no Rio de Janeiro, que é onde acontece o The Queen. O teatro é um clássico da cena cultural carioca, já que foi fundado em 1934 e pertencia à avó da atriz global Leandra Leal, hoje comandado pela artista depois de também ter pertencido à sua mãe. O Rival recebia o espetáculo das Divinas Divas, show de transformistas que recebia apoio do teatro na época da Ditadura Militar. Nesse teatro, Venturi já se apresentou em espetáculos como o Rival Rebolado, apresentado por Leandra Leal, além de ter sido Miss Simpatia e participado de eventos burlescos. Por isso, Dan se considera uma drag burlesca, uma referência do ato de burlar as regras da sociedade. Assim, o artista mistura a arte burlesca com suas referências da cantora Madonna.
Em 2020 surgiu a oportunidade de Dan participar do The Queen com a drag A Dita. Porém, devido à Pandemia, o evento foi transferido para 2022. Nesse processo, Dan voltou para Curitiba por falta de emprego no Rio de Janeiro, mas diante da oportunidade de participar do concurso, o artista voltou para as terras cariocas. Nesse retorno, Ventura resolveu se reinventar com a A Dita, que até então apresentava mais referências de Madonna. Assim, o artista abriu o leque de A Dita como se fosse a drag vivenciando outras coisas.
O The Queen é comandado por Samara Rios e tem uma banca de jurados formada por Miami Pink, Suzy Brasil e Eduardo Araújo. O processo do concurso funciona com quatro Queens conceituadas na cidade que ocupam seus “tronos” na competição, além de quatro competidoras por mês. O desafio dessas participantes é “destronar” uma das quatro colocadas. Para isso, a drag se apresenta com sua performance para os jurados e se conseguir duas aprovações dos três avaliadores, ela consegue entrar para a fase da “batalha”. Depois disso, a drag classificada pode escolher uma das Queens do trono para “batalhar” e, se através dos votos do público e dos jurados ela for aprovada, ganha o trono.
Desde o primeiro dia de competição, a drag A Dita conseguiu seu trono e o manteve durante três meses. No segundo mês de competição, Venturi levou aos palcos a referência da boy band N’Sync e na etapa seguinte, levou Madonna, clássica apresentação de A Dita. Na terceira etapa do concurso, a drag foi eliminada, mas voltou ao The Queen na fase da repescagem, onde se apresentou inspirada em Britney Spears. Acirrada, a competição eliminou mais uma vez A Dita, mas por muito pouco a drag não foi para a final.
O The Queen também está com alguns episódios disponíveis no Youtube. Toda segunda-feira sai um episódio novo no canal da drag Samara Rios. Ventura afirmou que está recebendo muitas mensagens e feedbacks devido à exibição de sua apresentação no Youtube.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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