O ator Jonathan Groff (Glee e Looking) é Samuel, um jovem bonito, recém formado em Yale, em busca de sua identidade, em C.O.G. (EUA 2013) do produtor, diretor e roteirista Kyle Patrick Alvarez. Ele decide ir para o bucólico Oregon trabalhar com a colheita de maçãs, dedicando-se ao trabalho árduo. A má relação com a mãe começa a destacar e mostrar que embora afortunado e viajado, algo o incomoda e ele incomoda os outros também, por diversos motivos. Sujeitando-se uma experiência fora da sua zona de conforto, Samuel pretende descobrir um sentido para sua vida. Ateu, ele se vê em situações que o levam a acreditar em Deus ou a aceitar a fé.
A crítica vem sutil para a homofobia mas vem forte para as religiões. Samuel seria um gay exemplar, na dele, um filho ou namorado perfeito, lindo, inteligente, bem humorado, mas ele esconde isso em todo o filme, até usa um codinome, o que não o deixa escapar de ser julgado e condenado a todo momento. Um rapaz alegre mas sozinho, em busca de seu eu, de aceitação, de um lugar no mundo, que fica vulnerável lavagem cerebral religiosa e a uma falsa promessa de felicidade. O longa é baseado na obra autobiográfica Naked, de David Sedaris, autor gay assumido que virou best seller nas listas do New York Times.
COG (Children Of God – Filho de Deus, em português) fala de fé, de aceitação, de busca interior, de caminhos. O roteiro é poderoso, frio e de humor refinado, a produção é simples mas entrega o roteiro que tem reviravoltas que revelam aos poucos a condescendência do personagem, uma auto sabotagem e ao mesmo tempo um pedido de socorro. Precisamos ser melhores em tudo para nos fazer notados? Adianta sermos os melhores em tudo quando a mão pesada do preconceito irá ignorar nossas qualidades e nos julgar pela ótica da lei da sobrevivência ou do preconceito? O filme e o livro respondem.