Desde o dia 19 de julho, a família do bailarino Heyws Antony, 25, procura desesperadamente pelo jovem, que sumiu sem deixar vestígios. O rapaz saiu para realizar um trabalho em São Paulo e nunca mais fez contato com a família que suspeita que ele tenha sido vítima de uma rede internacional de tráfico humano. A Lado A procurou a Delegacia de Investigações Gerais de Jundiaí, na época, e o então delegado Narcel Fehr nos informou que o caso estava em aberto mas que a falta de indícios de crime e informações de que Heyws estaria em Santa Catarina usando seu celular acabaram levando a crer que ele não queria ser encontrado, não levando as investigações a necessitarem de pedir a quebra do sigilo telefônico do rapaz.
A Lado A entrou em contato novamente com a Delegacia Geral de Investigações de Jundiaí e o novo delegado titular Dr. Luis Carlos Duarte prometeu se informar da investigação do caso que não foi encerrado, já que o desaparecimento não foi solucionado, e se posicionar sobre este desaparecimento que fará 5 meses no próximo dia 19, na próxima semana. O que reacende a esperança da família e amigos do jovem.
Segundo a irmã de Heyws, Tamiris, esta semana ela participa de uma audiência com o Ministério Público junto com o pessoal da ONG ABCDS Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual que pede para que os órgãos públicos mostrem maior empenho da solução do desaparecimento de pessoas no estado de São Paulo. Segundo a entidade, 200 mil pessoas desaparecem no Brasil todos os anos.
Para a irmã de Heyws, seu irmão foi lubridiado com alguma proposta de emprego e está impedido de contatar a família. Segundo ela, ele era responsável, centrado e não teria motivos para se afastar de casa, uma vez que ainda deixou documentos e pertences como notebook na casa da mãe e saiu apenas com um saco esportivo e voltaria mais tarde para casa.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em relatório de 2005, estima-se que 2,5 milhões de pessoas sejam traficadas todos os anos. Destas, 44% das vítimas do tráfico são alvos de exploração sexual, 32% são aliciadas para exploração no trabalho e 25% sofrem com a combinação de ambos os tipos de exploração. O Brasil é conhecida rota de tráfico humano, abastecendo organizações criminosas com sedes em diversos países. Estima-se que 30% das vítimas do tráfico sejam do sexo masculino.