Curitiba, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, se tornou a primeira capital brasileira a instalar um Comitê Técnico de Saúde Integral da População LGBT, com o objetivo de melhorar o atendimento de Saúde a lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Este ano a cidade recebeu em sua região central uma unidade de saúde 24h UPA, uma antiga reivindicação do movimento, instalada no Hospital das Clínicas. O comitê terá a sua primeira reunião em janeiro de 2015.
O Comitê Técnico de Saúde Integral da População LGBT integra diversos departamentos da Secretaria de Saúde e ainda membros de universidades e da sociedade civil com objetivo de capacitar os servidores da rede municipal no atendimento desta população por meio de encontros mensais. “O Comitê dá maior visibilidade para os LGBTs. Precisamos integrar toda a rede, fazer com que os servidores das unidades de saúde também acolham essas pessoas em suas necessidades. Nosso trabalho é no sentido de promover a prestação de serviços a todas as pessoas com pleno respeito pela dignidade humana, levando em conta também as identidades de gênero”, explica o secretário municipal de Saúde, Adriano Massuda.
De acordo com Igo Martini, coordenador da Assessoria de Direitos Humanos do gabinete do prefeito Gustavo Fruet, a saúde LGBT sempre foi discutida no departamento da Aids e o objetivo é continuar este trabalho, mas desvincular o foco exclusivo a este departamento. “Temos que frisar o fato de Curitiba ser a primeira capital brasileira a formalizar este comitê. Precisamos levar o atendimento da comunidade LGBT não somente aos serviços da saúde, mas também a outros setores da Prefeitura, como a Guarda Municipal, que muitas vezes se depara com situações de homofobia”.
O Comitê de Saúde da População LGBT terá como atribuições sistematizar a proposta de política municipal de saúde para esse público, com o objetivo de garantir a equidade na atenção à saúde; promover a elaboração de propostas de atenção integral à saúde, de participação e de controle social voltadas para a população LGBT, de acordo com o Plano Nacional de Saúde; incorporar, nas elaborações da política de saúde, subsídios do movimento social e do campo da pesquisa, visando ampliar o conhecimento sobre a situação da população de gays, lésbicas, transexuais, travestis e bissexuais e participar de iniciativas intersetoriais relacionadas com a saúde dessa população.
Este ano, as transexuais de Curitiba também receberam do Estado um centro especilizado para viabilizar as suas demandas no processo transexualizador e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar que emite inclusive o laudo para a realização da cirurgia pelo SUS.