Redação Lado A | 23 de Junho, 2015 | 16h49m |
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No dia 21 de junho de 2010, depois de um jogo do Brasil pela Copa da África, o jovem Alexandre Ivo de apenas 14 anos foi encontrado morto. Seu corpo, sem camisa, com sinais de tortura e o rosto desfigurado foi encontrado em um terreno baldio usado por usuários de drogas em São Gonçalo, Rio de Janeiro. Sua morte foi por homofobia, depois de ele defender amigos gays em uma festa na casa onde um dos primos se revoltou com a presença do grupinho gay no local, no qual Alexandre estava. Ele foi enforcado com sua própria camiseta e deixado no local ermo. O crime ganhou repercussão internacional, com um documentário feito pelo ator inglês Stephan Fry contando a história e entrevistando a mãe de Alexandre.
O grupo chegou a ir ao prnto socorro depois de uma briga na festa e na hora de ir embora, Alexandre, sozinho, reencontrou os agressores que o sequestraram e o torturaram. O brutal assassinato acabou sem julgamento depois de seguidos erros de perícia e o assassinato da juíza do caso, em outro emblemático crime envolvendo a máfia policial local. Os acusados do assassinato do jovem estão em liberdade e o crime continua sem julgamento por falta de provas. O caso Alexandre Ivo levou seu nome a batizar o projeto de lei 122 que visava criminalizar a homofobia no país e foi arquivado em dezembro passado pelo Senado Federal.
Angélica Ivo, mãe de Alexandre, continua em sua saga por justiça e a criminalização da homofobia no país. Ainda hoje ela afirma que o filho nunca disse que era homossexual para ela, então ela prefere vê-lo como uma criança que não teve tempo de fazer suas descobertas. Mais um jovem, morto por homofobia, mesmo não sendo gay ou militante, apenas porque se deparou com pessoas cheias de ódio que se aproveitam da falta de uma legislação séria e empenho dos policiais para tratar de casos de homofobia, que aumenta o tenebroso banco de dados que aponta que o Brasil tem um caso de assassinato de homossexuais a cada 28 horas.
Alexandre vive, (V)Ivo, na esperança de cada um de nós pela criminalização da homofobia no páis que no mês passado levou o jovem Rafael, de 13 anos, em Cariacica, Espírito Santo, morto pelo primo de seu padastro, que o insultava em casa constantemente.
SOBRE O AUTORRedação Lado AA Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa |
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