Este está sendo um ano maravilhoso para a inclusão de pessoas transexuais e travestis em universidades federais e estaduais de modo geral. No início do ano, acompanhamos o caso da travesti que conquistou o 1º lugar no curso de Serviço Social no vestibular da Universidade Federal do Pernambuco. E hoje, comemoramos a formatura de Alícia Kruger, mulher trans que completou o Bacharelado em Farmácia na Universidade Estadual de Ponta Grossa, aqui no Paraná.
Com 46 anos de história no estado, a UEPG nunca havia celebrado a formatura de uma pessoa trans. Com apenas 22 anos de idade, Alícia já conta com uma trajetória repleta de conquistas: foi a primeira mulher transexual a ocupar uma cadeira no Conselho Superior de uma universidade no Brasil, assim como já fez parte da Comissão da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil, regional de Ponta Grossa. Outro feito importante foi a conquista do uso do nome social para trans e travestis no vestibular da instituição. Essa é uma afirmação pioneira no Brasil, garantida graças à luta de Alícia.
Sobre a sua carreira, a jovem conta que se mudou para a capital do país e atua no Ministério da Saúde como assessora técnica no Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais. Quando perguntada sobre a constante pressão social para provar o seu valor, ela responde que seu intelecto e seus feitos já provam que qualquer pessoa trans é capaz de se formar e ser uma referência, mas o que falta são oportunidades e uma sociedade mais receptiva.
Miss Curitiba Trans
Alícia já apresentou sua beleza ao participar da última edição do Miss Curitiba Trans, ao lado de outras 15 participantes. Ela não venceu o concurso, mas terminou com o destaque de Segunda Princesa.