“Honrada em poder representar o grupo Dignidade em minha primeira sustentação oral no STF, o maior desafio de minha carreira um dia histórico para mim e todas as pessoas trans brasileiras”, postou em seu perfil no Facebook a advogada Gisele Alessandra Schmidt e Silva, gaúcha radicada em Curitiba, ao participar nesta quarta-feira de audiência no Supremo Tribunal Federal e fazer história.
Representando o Grupo Dignidade como amicus curiae na ação que julga a legalidade da mudança de registro civil sem a necessidade de cirurgia para mudança de sexo, ação iniciada pela Procuradoria-Geral da República, Gisele deu seu depoimento como cidadã: “Estou aqui perante Vossas Excelências hoje não apenas por mim, mas sim por toda uma população de pessoas que ainda sofre imenso constrangimento e têm sua dignidade violada diariamente. Negar a uma pessoa o direito ao nome, à expressão de sua identidade, é negar o direito de existir. Requer-se a vossas excelências que não nos neguem esse direito”, disse a advogada que foi a primeira pessoa trans a subir na tribuna da corte constitucional brasileira.
Gisele, que é travesti, ou seja, não pretende fazer cirurgia de redesignação genital, afirmou que considera ilegal o condicionamento da cirurgia para obtenção do registro e que o procedimento expõe as pessoas trans a situações constrangedoras. O julgamento foi suspenso e não tem data para ser votado.
Legenda: Gisele ladeada pelo presidente Comissão da Diversidade e de Gênero da OAB PR Rafael Kirchhoff e o presidente da OAB/PR José Augusto Araújo de Noronha.