A paranoia geral está cada vez mais evidente entre os fundametalistas e conservadores. Em qualquer propaganda, campanha ou debate eles estão lá: coléricos, sempre batendo na mesma tecla sobre doutrinação e ideologia de gênero, coisas que nem sequer existem. Confira dez situações em que os conservadores simplesmente enlouqueceram.
1) A mais nova polêmica, lançada há pouco tempo, é sobre a propaganda da marca Polenghi. A empresa fez um post em sua rede social com uma imagem da clássica capa do álbum Dark Side of The Moon da banda Pink Floyd. A capa, do ano de 1973, possui a imagem da luz do sol atravessando um prisma cristalino, experimento de Isaac Newton, que gera a imagem de um arco-iris. A postagem, que fez alusão à capa, foi suficiente para que a marca Polenghi fosse acusada de “ideologia de gênero”.
2)
A famosa marca de sabão em pó OMO, da empresa Unilever exibiu recentemente um comercial em que promove a igualdade de gênero entre crianças. O vídeo atenta para as brincadeiras que são livres para meninos e meninas, e não apenas restritas a cada grupo, como bonecas para meninas e carrinhos para meninos. Não muito tempo após o lançamento da campanha, começaram a surgir vídeos e postagens sensacionalistas tentando boicotar a marca. O integrante da banda KLB, o Kiko, acusa a marca de sabão de anti-cristo
e o deputado federal pastor Marco Feliciano pediu o boicote da marca.
3)
Je suis gay ou Jesus Gay? O apresentador da TV Brasil, Fernando Oliveira, foi alvo de perseguição homofóbica na internet e até mesmo ameaçado de morte. O ódio gratuito aconteceu porque o apresentador postou uma foto em que aparece com uma camiseta cuja estampa dizia: “Je suis Gay”, em francês, “eu sou gay”. Cego pelo ódio, um internauta confundiu a frase e alegou que Fernando estava profanando ao dizer que Jesus é gay. “o cara usa uma camiseta ‘Jesus gay’ profanando o nome de Deus e quer ser respeitado??”, disse em um comentário na internet.
5)
Em junho de 2015, uma campanha da marca de cosméticos e perfumes O Boticário, divulgou seus produtos para o dia dos namorados. O vídeo, no entando, mostrava casais hétero e homossexuais trocando presentes, com manifestações de afeto que não passavam de abraços. Considerando que a maioria dos consumidores de cosméticos e perfumes são LGBT, a marca não retirou
a propagando que foi alvo de muito protesto dos fundamentalistas, o que impulsionou ainda mais as vendas.
7)
A novela A Força do Querer escancara ao público brasileiro as questões sobre gênero e sexualidade. Líder de audiência, a trama exibida em horário nobre teve algumas manifestações de boicote.
A personagem Ivana, passou a identificar-se como homem trans. Seu processo de transição aparece de forma inédita na TV abordando temas até pouco tempo indiscutíveis. Assim, fundamentalistas entre internautas e pastores acusam a emissora de “ideologia de gênero” e atentado à família tradicional brasileira.
8) Outra publicação de dia dos namorados que levantou polêmica foi da empresa Adidas. Uma simples foto insinuando o beijo entre duas mulheres foi alvo de perseguição. Na imagem, aparecem as pernas de duas pessoas, uma de frente para a outra, usando tênis da marca. Ao fazer alusão a um beijo e de fisionomia aparentemente feminina, logo consumidores começaram a comentar que não usariam mais a marca. A Adidas não se intimidou e permaneceu com a postagem.
9) A cantora gospel Ana Paula Valadão publicou um vídeo pedindo o boicote da rede de lojas C&A. Em 2016, a marca lançou um comercial em que apareciam vários casais e propagava a ideia de que roupa não tem gênero. “Nós que conhecemos a Verdade imutável da Palavra de Deus não podemos ficar calados. Temos que #boicotar essa loja e mostrar nosso repúdio. Nos EUA a loja Target já teve prejuízo porque mais de 1 milhão de pessoas pararam de comprar (inclusive eu) desde que determinou que os banheiros feminino e masculino podem ser usados por quaisquer pessoas que se sintam homem ou mulher naquele dia, aumentando os riscos de abusos (que já aconteceram em outros lugares que apoiam a ideologia de gênero)”, disse a religiosa na época.
10) A marca de cosméticos Avon não ficou de fora dos protestos. O comercial exibido mostra crianças e adultos reproduzindo estereótipos de gênero em que meninas são elogiadas pela beleza, e meninos, pela inteligência ou força. A exibição gerou os primeiros protestos com a onda de comentários e curtidas negativas ao vídeo e, como as outras campanhas, foi acusada de reforçar a “ideologia de gênero”.